O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta terça-feira (26), afastar o senador Aécio Neves (PSDB-MG) do mandato e determinou seu recolhimento domiciliar noturno.
Os ministros da Primeira Turma do STF negaram, entretanto, o pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) para prender o senador Aécio.
O senador tucano é acusado de corrupção passiva e obstrução da Justiça, por pedir e receber R$ 2 milhões da JBS, além de ter atuado no Senado e junto ao Executivo para embaraçar as investigações da Lava Jato.
Sobre o afastamento de Aécio, o deputado e líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (PT-SP), destacou o silêncio da base aliada do ilegítimo Michel Temer sobre o assunto.
“Me espanta muito a liderança da base do governo ressaltar a carta do Palocci e não falar um pio sobre o afastamento do senador Aécio Neves. Eles querem fazer de conta que não aconteceu nada como Aécio. Ele foi afastado pelo STF e a base governista não toca nesse assunto? Covardes, covardes que não têm coragem de debater o que ocorre no Brasil”, acusou Zarattini.
Aécio foi afastado pelo STF e a base governista não toca nesse assunto? Covardes, covardes que não têm coragem de debater o que ocorre no Brasil
Segundo o líder, o silêncio sobre fatos graves comprovados contra Aécio – “ícone” da mídia golpista que se aliou ao governo ilegítimo de Temer para derrubar a presidenta Dilma Rousseff, legitimamente eleita – demonstra a negação dessa ala que compõe o cenário político brasileiro, de não aceitar e enfrentar a realidade que bate às suas portas: o favoritismo do maior líder político da América Latina, Luiz Inácio Lula da Silva.
“Eles não querem reconhecer que Lula, apesar de todas as denúncias e acusações infundadas continua crescendo na opinião popular porque o povo já entendeu qual a jogada. O povo brasileiro já entendeu que o objetivo da Lava Lato é o mesmo objetivo dos golpistas: tirar o Lula da disputa eleitoral. É impedir que se retome o processo de desenvolvimento em nosso País”, alertou.
Carlos Zarattini observou ainda que esses fatos precisam ser debatidos e diluídos pela sociedade.
“É lamentável o silêncio da base sobre o afastamento do Aécio Neves. Vamos discutir essas questões que dizem respeito à democracia do nosso País. Nós queremos garantir a democracia”, afirmou.
O senador e líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ), destacou que, mesmo com a decisão, “continuamos com a incrível marca de nenhum tucano preso”.
Colega de bancada de Zarattini, o jurista e deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) discordou da decisão do Supremo, mas ressaltou que um afastamento definitivo de Aécio da vida política seria “um ganho para a cidadania brasileira”.
“Considero Aécio Neves, juntamente com Michel Temer, uma das piores figuras da República e da história do Brasil. Aécio Neves não tem nada de bom e ele, se de fato sair da vida pública, será um ganho para a cidadania brasileira. Dito isto, eu quero dizer que não concordo com essa decisão do STF. Ao contrário desses tucanos que são lamentáveis, medíocres e vingativos, eu não fico batendo palma para decisão arbitrária, como, por exemplo, eles fizeram ontem com José Dirceu. A decisão do Supremo significa uma ingerência na política absolutamente indevida”, ponderou Damous.
A decisão do Supremo significa uma ingerência na política absolutamente indevida
Já o deputado Padre João (PT-MG), considerou que, mesmo com o questionamento sobre a competência do STF em afastar o senador, a decisão acontece por omissão do Senado.
“A Casa se omite, então o STF tem que atuar. Foi o que aconteceu. O senador Aécio Neves teve prova de mala de dinheiro, tem provas de obstrução à Justiça, com áudio, inclusive o diálogo dele com o próprio Gilmar Mendes. Então é justa sim o afastamento de Aécio Neves”.
Padre João ainda destacou que o “recolhimento noturno” decidido pelo Supremo é, na verdade, a prisão domiciliar do tucano.
Da Redação da Agência PT de Notícias