Nesta segunda-feira (25) o porta-voz da Presidência, Otávio Rego Barros, chocou o país com a informação que Jair Bolsonaro (PSL) havia determinado ao Ministério da Defesa fazer “as comemorações devidas” no aniversário da ditadura que iniciou em 1964. Nessa quinta (28) a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) avaliou como um absurdo incitar esse tipo de celebração no país.
“Nós tivemos uma ditadura que sacrificou o povo brasileiro, que deixou como legado o maior índice de desemprego, uma economia lá embaixo, além das torturas que foram feitas”, lamentou.
Ao blog, Benedita relembra as atrocidades da época, a proibição de práticas religiosas do sistema repressivo que deixou o país em “pausa democrática” por 20 anos. “Nós não queremos que o Brasil comemore isso, porque na verdade eles querem comemorar as torturas que fizeram no passado”.
O Ministério Público Federal reagiu e criticou a comemoração sugerida pelo presidente: “O ato se reveste de enorme gravidade constitucional, pois representa a defesa do desrespeito ao Estado Democrático de Direito, já que celebra um golpe de Estado e um regime ditatorial”, diz o MPF.
“A ditadura trouxe vinte anos de atraso para o Brasil e quanto a isso não precisamos mais”, disse Benedita. A congressista diz até “entender” a postura do presidente em saudar um regime autoritário, já que Bolsonaro fez política e se criou nesse espaço.
“Mas só poderia mesmo ser esse presidente, porque alguém que homenageou o torturador de Dilma Rousseff, agora quer homenagear essa data das torturas feitas no Brasil”, criticou a parlamentar. “Dia 31 iremos para as ruas de preto em sinal de luto. E o pior, até mentem, porque não foi em 31 de março, mas em primeiro de abril, dia da mentira”, relembrou a congressista.
Por Revista Fórum