O Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) foi criado em 2007. A transposição do São Francisco saiu do papel também em 2007. Naquele ano, Lula era o presidente.
Isso a história conta e os documentos e jornais comprovam.
Mas parlamentares bolsonaristas querem reescrever a história distorcendo informações.
Nesta quinta (23), Carla Zambelli (PSL/SP) disse que o PT quer tomar para si o protagonismo do Fundeb e da Transposição do São Francisco (a história do São Francisco já desmascaramos aqui).
Zambelli foi às redes para contrapor a declaração de Fernando Haddad, Ministro da Educação em 2007, que afirmou que “a transformação do Fundeb em política pública é a consagração da atuação do governo Lula”.
Não se trata de tomar para si qualquer protagonismo sobre políticas públicas que são do Estado brasileiro. O que Haddad diz é que a permanência do Fundeb, aprovada ontem na Câmara, consolida o que foi iniciado no governo Lula – e isso é um fato.
Instituído pela Emenda Constitucional 53, de 2006, o Fundeb ampliou a cobertura escolar do ensino fundamental (antigo Fundef) para toda a educação básica, incluindo a creche.
Isso permitiu aumentar o financiamento federal na escola básica de menos de 1% para 10% do fundo e criar o piso salarial do magistério. Sem a política de fundo, a desigualdade entre a rede que mais investe por aluno e a que menos investe seria de 10.000%.
Por mais que seja reconhecida pelos especialistas em educação a importância do Fundeb, os parlamentares bolsonaristas votaram contra a transformação do fundo em uma política permanente.
Todos os sete votos contrários foram do PSL, partido que elegeu Bolsonaro e do qual Carla Zambelli faz parte. O resultado foi uma derrota para o governo e uma vitória para a educação, mas agora Bolsonaro e seus aliados querem surfar a onda.