Partido dos Trabalhadores

Bolsonaro é vaiado em avião, mas depois posa de popular nas redes

Passageiros reagiram com gritos de “fora” e “genocida”. Redes sociais bolsonaristas divulgaram versão amigável da cena, mas a verdade é que popularidade do atual presidente derrete

Reprodução

Ao ver Jair Bolsonaro dar as caras na entrada de um voo comercial, nesta sexta-feira (11), passageiros não pensaram duas vezes: “Fora!”, “Fora, Bolsonaro!”, “Genocida!”, gritaram, com direito a dedo médio em riste. O atual presidente deu o desprazer de sua presença em uma das aeronaves que estavam pousadas no aeroporto de Vitória, onde realizou mais um de seus atos de campanha antecipada.

Depois, as redes sociais bolsonaristas foram tomadas por vídeos que mostram a cena por outro ângulo, no qual Bolsonaro aparece cercado de bajuladores, para dar a impressão de que o atual presidente conta com o apoio da população. Mesmo assim, ele teve de admitir que havia sido hostilizado, pois disse que aqueles que gritavam “fora Bolsonaro” deveriam “viajar de jegue”.

Do lado de fora do aeroporto, uma manifestante lembrava os seguidores de Bolsonaro da realidade. A jovem, usando máscara e protetor facial, segurava o cartaz onde se viam cruzes e a frase “Bem-vindo. 500.000”, em referência aos quase meio milhão de mortos na pandemia. Mesmo hostilizada pelos bolsonaristas, que incapazes de conviver democraticamente arrancaram o cartaz de suas mãos, a mulher manteve-se firme em seu protesto, certamente consciente de que representava a maioria dos brasileiros.

Jovem não se intimidou com agressividade de bolsonaristas. Foto: Reprodução

Apesar da tentativa dos bolsonaristas de passar uma ideia de popularidade nas redes sociais, o atual presidente vê seu apoio derreter. Após uma gigantesca manifestação pelo impeachment tomar as ruas do país em 29 de maio, outro ato nacional já está programado para 19 de junho.

Além disso, pesquisa divulgada nesta sexta-feira aponta que 50% dos brasileiros considera seu governo ruim ou péssimo. Além disso, o apoio a Bolsonaro nunca foi tão baixo entre evangélicos, grupo que ele se esforça em agradar, embora não tanto quanto representantes do mercado financeiro e amigos empresários que vendem cloroquina.

Da Redação