Jair Bolsonaro (PSL) lançou a candidatura à reeleição do Brasil para o Conselho de Direitos Humanos da ONU com uma plataforma conservadora e regressista, que ataca parcelas da sociedade. O presidente neoliberal declarou que as principais pautas inclusas no documento que deve ser apresentado pelo Ministério das Relações Exteriores nesta quinta-feira (11) “estão ligadas ao fortalecimento das estruturas familiares e a exclusão das menções de gênero“, segundo noticiou O Globo.
Na candidatura anterior, lançada no ano de 2016 pela ex-presidenta, Dilma Rousseff, o documento afirmava que o governo brasileiro “persistiria em seu intransigente compromisso para a igualdade de gênero e o empoderamento feminino”, e reconheceria avanços “na luta contra todas as formas de violência e discriminação de gênero”.
No ano de 2018, ainda como candidato, Bolsonaro afirmou que o Conselho de Direitos Humanos não servia para “absolutamente nada”. Jair agora pretende garantir a continuidade do Brasil no Conselho da Organização, mas excluindo menções a gênero, à desigualdade e à tortura. Também foram retiradas menções à pobreza, à fome e ao desemprego.
Durante audiências do Conselho em Genebra, o Brasil também destacou sua posição contra o uso do termo “gênero” em resoluções da ONU, o que levou o México a rebater declarando que o termo é consagrado há décadas no direito internacional, e está em mais de 200 resoluções do Órgão de Direitos Humanos.
As eleições serão realizadas no mês de outubro, quando acontece a Assembleia Geral da ONU. Há duas vagas para países sul-americanos e do Caribe, e a suspeita é de que apenas Brasil e Venezuela se candidatarão.
Da Redação da Secretaria Nacional de Mulheres do PT com informações do Globo