Agora que faltam menos de 20 dias para as eleições, Jair Bolsonaro admitiu ter dado “uma aloprada” em algumas declarações que deu durante a pandemia. É o mais perto que conseguiu chegar de um pedido de desculpas.
Porém, “aloprada” é uma palavra que não chega nem perto de definir o que ele fez com o povo brasileiro. A palavra certa é crime. Um crime que levou, até agora, 685 mil brasileiros à morte e não pode ser esquecido.
O Brasil foi o país onde morreu mais gente
Bolsonaro gosta de fugir da sua responsabilidade dizendo que morreu gente em todo o mundo. O que ele não diz: das 20 principais economias do mundo, o Brasil foi, proporcionalmente, o lugar em que a Covid-19 mais matou.
Veja o gráfico abaixo, que pode ser acessado no site Our World In Data. Ele mostra o número de mortos por Covid-19 em cada grupo de 1 milhão de habitantes. O Brasil aparece em primeiro, com 3.195 mortes para cada milhão de pessoas.
Nenhum outro país do G-20 tem um número tão alto. O Brasil, mesmo tendo menos de 3% da população mundial, registrou mais de 10% de todas as mortes por Covid-19 no mundo.
Bolsonaro empurrou os brasileiros à morte
E como o Brasil chegou a essa tragédia? Desde o começo, Bolsonaro ignorou o que as autoridades de saúde diziam (fossem seus próprios ministros da Saúde, fosse a OMS) e fez pouco caso da pandemia.
Falou mal do isolamento social, tentou sabotar o lockdown feito por governadores e chamou a doença de gripezinha e resfriadinho, dizendo para a população sair de casa e enfrentar a doença “que nem homem”.
Enquanto as pessoas morriam, ele fazia piada
Quando as pessoas começaram a morrer, Bolsonaro, em vez de mudar de ideia, passou a fazer piadas. Chegou a imitar pessoas sentindo falta de ar e afinou a voz para imitar pacientes, dizendo “Ai, eu estou com Covid, estou com Covid” (lembre no vídeo abaixo).
Atrasou a vacinação e divulgou remédios sem efeito
Além de fazer pouco caso da doença, Jair Bolsonaro dizia para as pessoas tomarem remédios que os cientistas provaram não funcionar contra o vírus. Chegou ao cúmulo de mandar cloroquina e não tubos de oxigênio para Manaus.
E pior: depois, descobriu-se que, enquanto fazia isso, ele dizia não para as vacinas que eram oferecidas ao Brasil, adiando a proteção das pessoas e deixando de salvar, certamente, milhares de vidas.
Uma máfia das vacinas tentava agir no Ministério da Saúde
A história ficou ainda mais escabrosa quando a CPI da Covid começou suas investigações. O governo Bolsonaro dizia não para ofertas sérias de vacina, mas, às escondidas, tentava comprar doses superfaturadas e com propina. E o povo brasileiro morrendo aos milhares por dia.
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Bolsonaro traiu o país e seu povo
Os números do gráfico mostrado acima comprovam que Bolsonaro foi o pior presidente do mundo durante a pandemia. Mas ele foi algo ainda pior: um traidor.
O que se espera de um líder durante uma crise tão séria? Que ele ouça ou ignore o que os especialistas no assunto estão dizendo? Que ele tome as medidas para proteger a vida das pessoas ou as estimule a correr riscos? Que ele faça de tudo para conseguir proteção o mais rápido possível ou que ele recuse a proteção?
Quando o Brasil e as famílias brasileiras foram atacadas por um vírus mortal, o presidente do país era Jair Bolsonaro. E, em vez de escolher proteger o seu povo, ele escolheu espalhar o vírus (leia aqui sobre a estratégia da imunidade de rebanho).
Na CPI da Covid, foram apresentadas estimativas de que, se Bolsonaro agisse como deveria, 400 mil vidas poderiam ter sido salvas. 400 mil mães, pais, avós, filhas, filhos. 400 mil brasileiras e brasileiros. Crianças, adultos e idosos. Não podemos chamar isso simplesmente de “aloprada”. E não podemos esquecer.
Da Redação