Com menos de 3% da população mundial, país tem 10,3% das mortes

Ameaça ao combate global à pandemia, o Brasil tornou-se líder em infecções e mortes diárias por Covid-19 e assusta autoridades de saúde

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Enquanto Bolsonaro mente descaradamente para a população, afirmando em vídeo que nunca se referiu à Covid-19 como ‘gripezinha’, o vírus se alastra e coloca o país no topo dos países com maior transmissibilidade da doença. O Brasil já é líder em novos casos e óbitos diários por Covid-19, deixando os EUA para trás, revela o Centro Europeu de Controle de Doenças. Nesta quinta-feira (11), o país superou pelo segundo dia 2 mil mortes em 24 horas e já soma 11,2 milhões de casos e 273.124 óbitos. De acordo com a Fiocruz, apesar de representar menos de 3% da população mundial, o Brasil detém 10,3% dos óbitos do planeta.   

Segundo o Boletim do Observatório Covid-19 do instituto, “o Brasil nunca alcançou uma redução significativa de sua curva de transmissão, mantendo-se sempre em patamares elevados de novos casos por dia, quando comparado a outros países”. A Fiocruz também alerta que os níveis de casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) estão muito altos em todos os estados, com tendência de agravamento nas regiões Sul e Sudeste.

A Fiocruz detectou ainda que 19 estados e o Distrito Federal têm pelo menos 80% de ocupação de leitos de UTI. Destes, 13 apresentam taxas alarmantes de mais de 90% dos leitos ocupados, confirmando o quadro de colapso nacional descrito pelo governador Wellington Dias (PI) em audiência pública no Senado. “Os pesquisadores da Fiocruz voltam a chamar a atenção para a gravidade deste momento da pandemia de Covid-19 no Brasil”, adverte o relatório. 

“Eles reconhecem a possibilidade limitada de abertura de leitos de UTI e sublinham a necessidade da adoção rigorosa de ações de prevenção e controle, como o uso de máscaras em larga escala e a ampliação das medidas de distanciamento físico e social, além da necessária e urgente aceleração da vacinação”, pede a entidade.

Quadro assustador

Para pesquisadores do Centro Europeu de Controle de Doenças, o quadro brasileiro é assustador, como relata o colunista do UOL, Jamil Chade, nesta sexta-feira (12). Nas duas últimas semanas, “o mundo registrou 5,4 milhões de novos casos da covid-19. 858 mil deles, porém, ocorreram apenas no Brasil, 15% do total”, escreveu o colunista.

Os cientistas temem que a explosão de casos no país tenha sido causado pela nova variante brasileira do vírus, chamada de P1. A Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que estudos apontam que que a variante é entre 1,1 e 1,8 mais letal. Para a agência da ONU, o país não está sendo capaz de frear o vírus e representa hoje um problema mundial.

Com a alta de casos e mortes, o Brasil isolou-se completamente do resto do planeta, consolidando a posição de pária mundial. Segundo a OMS, com o aumento das vacinações, diversos países registram declínio nos óbitos: 17% nos EUA, 7% no México, 30% na África do Sul, 21% na Etiópia, 20% na Nigéria, 3% na França, 30% na Indonésia, 6% na Índia, 17% no Japão, 20% nas Filipinas e 36% na Malásia.

Vacinação lenta prejudica o país

O atraso da vacinação no país é considerado fator essencial para o fortalecimento de novas variantes. Quanto mais tempo demorar para a população ser vacinada, maiores são as chances de que novas e mais poderosas mutações circulem e permitam uma reinfecção, por exemplo. A livre circulação do vírus pode, inclusive, tornar uma variante predominante, teme os especialistas.

“Pelo atual ritmo de produção e de compra de vacinas, o Brasil apenas conseguirá uma imunidade de rebanho com o imunizante em abril de 2022, oito meses depois de EUA e outros países ricos”, observa Jamil Chade.

Da Redação, com informações de UOL e Fiocruz

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