O nível de esquizofrenia do desgoverno Bolsonaro parece não conhecer limites. Sem apresentar soluções para o escandaloso preço da gasolina, que vem penalizando o povo brasileiro nos últimos anos, o fantoche do mercado financeiro voltou a adotar postura semelhante ao do auge da pandemia, quando promoveu fake news sobre a crise sanitária. Por causa da sua negligência, o país pagou com a morte de mais de 650 mil brasileiros. Agora, Bolsonaro repete a estratégia de mentir para eximir-se de qualquer responsabilidade na atual crise, escondendo-se por trás do conflito na Ucrânia. Por sua omissão, ele adentra o último ano de sua desastrosa gestão sem nunca ter feito força para mudar a política de paridade internacional do preço dos combustíveis. Com isso, a gasolina se aproxima perigosamente da casa dos 10 R$ o litro.
“Temos inflação sim, aumento de combustível. Mostrar que infelizmente isso acontece no mundo todo”, mentiu o ex-capitão, no sábado (12). “Estamos dando o melhor de nós, pode ter certeza. Quem pesquisa e vê… uma das gasolinas mais baratas do mundo é a nossa. Nós também estamos sofrendo, mas não tanto quanto os outros povos aí fora”, disse o extremista de direita. Mais cedo, Bolsonaro havia dito que a Petrobras não tem sensibilidade e que a gasolina estava “bastante alta”.
“Esse Bolsonaro é um espertalhão”, reagiu a presidenta Nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann. “Critica a Petrobras como se não tivesse nada a ver com a empresa, estatal de economia mista, cujo governo é majoritário. A política de preços depende do conselho da Petrobras que ele nomeou. Se os combustíveis estão caros, é sua responsabilidade. Frouxo”, resumiu Gleisi.
“Bolsonaro é tão mentiroso que chegou ao ponto de mentir que o Brasil tem a gasolina mais barata do mundo, só esqueceu de explicar o motivo dos brasileiros que moram na fronteira com a Argentina enfrentarem até 4 horas de fila para abastecer no país vizinho”, denunciou o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS).
“Quando Bolsonaro terá coragem para enfrentar o interesse dos acionistas privados da Petrobras?”, questionou o senador Rogério Carvalho (PT-SE), diante da notícia de que o governo irá aumentar a produção de petróleo para diminuir o preço dos combustíveis nos EUA. “E o povo brasileiro, como fica?”
Na quinta-feira (10), a Petrobras anunciou alta de 24,9% para o diesel, 18,7% para a gasolina e 16% para o Gás Liquefeito de Petróleo nas refinarias. O repasse ainda não reflete os efeitos do conflito na Ucrânia e especialistas alertam que os combustíveis devem subir ainda mais.
Caminhoneiros
Como no auge da pandemia, quando tentou jogar no colo dos governadores e prefeitos a responsabilidade da crise sanitária, Bolsonaro volta a investir contra os gestores ao insuflar uma paralisação dos caminhoneiros, revoltados por causa dos aumentos abusivos do diesel.
Mais uma vez, o ocupante do Planalto demonstra inequivocamente a esquizofrenia do governo, que tem nas mãos os instrumentos para interferir nos reajustes mas prefere engordar o bolso dos acionistas estrangeiros da Petrobras.
“O preço tá caro. Tem muito caminhoneiro aí que vai parar. Eu sei disso, lamento isso daí. Vai parar porque não suporta mais essa carga tributária”, afirmou Bolsonaro, na semana passada, tentando atribuir o aumento dos combustíveis à cobrança de ICMS.
À Reuters, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), coordenador no Fórum Nacional de Governadores, desmentiu Bolsonaro, apontando que o “mega aumento” imposto pela Petrobras não se deu por causa do ICMS, mas pela “indexação do preço internacional”.
Da Redação, com Poder 360 e Reuters