Em entrevista ao Jornal PT Brasil, a vereadora Bia Caminha (PT-PA) falou sobre o Dia da Amazônia, data instituída pelo presidente Lula em 2007, e que foi celebrada na terça-feira (5). Ela comentou as ações voltadas para a proteção e a valorização do bioma e a mudança de postura na defesa da floresta e das pessoas que moram na região.
Para a jovem parlamentar, a data reforça a importância da sociedade brasileira pensar a Amazônia como o bioma que é o responsável por manter uma boa parte da biodiversidade do Brasil, mas também das chuvas e da rede hídrica do nosso país.
“Uma importância nesse momento de emergência climática que o senador Paim tratou, inclusive, de um grau de extremo climático que está acontecendo no sul do nosso país. A gente percebe a importância da manutenção da floresta Amazônica e da visibilidade dessa região. Acho que nós, da Amazônia, passamos muito tempo como um lugar meio esquecido na política nacional, no Brasil, onde a gente vê a importância de dar visibilidade à Amazônia e conseguir pensar a região a partir dos povos que vivem lá”, comentou Caminha.
Segundo ela, os moradores da região têm participado de diversos debates e propostas de intervenção sobre o assunto: “Ontem, que foi o dia mesmo, tivemos várias atividades discutindo o bem viver, a sustentabilidade, discutindo várias formas que vamos ter que aprender a apresentar para a sociedade novas agendas de conservação da região para que consigamos manter a floresta em pé e viva.”
Expectativa com a COP 30
Indagada sobre como relacionar a data com a Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 30), que vai acontecer em novembro de 2025, em Belém do Pará, revelou que a comunidade da região está curiosa e empolgada com a realização do grande evento: “Aqui, estamos aprendendo o que é a COP. E a COP, como uma Conferência dentro dos acordos climáticos que a gente tem de redução na emissão do carbono e outros gases poluentes no mundo, é um evento de fundamental importância que acontece aqui, em Belém.”
Os processos de participação social promovidos pelo governo Lula, que antecedem o evento de 2025, para a vereadora, estimulam o debate entre os moradores e darão condições da sociedade local “criar uma consciência coletiva para a gente pensar o clima e a mitigação das mudanças climáticas, mas, principalmente, a adaptação climática aqui dentro da cidade de Belém e de toda a região da Amazônia.”
De acordo com Caminha, a COP é discutida por toda Belém. “A gente teve os Diálogos Amazônicos promovidos pelo governo federal, que antecedeu a Cúpula da Amazônia, quando a gente recebeu representantes dos governos que têm a Amazônia no seu bioma e território aqui da América do Sul. E a COP tem sido esse evento que as pessoas estão entendendo o que é, o que é a ONU, o que são as conferências e o que foi esse histórico de acordos pelo clima, em que muitas vezes o Brasil nem assinou como membro obrigatório por ser um país em desenvolvimento, de acordo com os parâmetros da ONU”, destacou a vereadora.
“Mas o Brasil, principalmente durante os governos do PT, sempre assumiu a responsabilidade de neutralização do carbono, sempre assumiu a responsabilidade de entender que a Terra é um planeta só e que o Brasil tem uma responsabilidade grande, já que somos o quinto maior país em território no planeta, tem uma responsabilidade grande diante disso. E Belém tem respirado COP”, observou.
Ela ainda afirmou esperar que a realização do grande evento na cidade, que é, segundo disse, um lugar onde tem tanta abundância, haja tanta desigualdade, e espera que a conferência “dê conta de chamar a atenção do mundo e do planeta para essa região que é, sim a periferia da periferia do capitalismo internacional e da necessidade da gente chamar a atenção da floresta e também das pessoas que vivem aqui e que precisam do estado presente e de políticas públicas sérias. Que esse Fundo Amazônia que está vindo, que quer garantir a sobrevivência do planeta garanta, também, a sobrevivência e o bem viver das pessoas que vivem aqui”, defendeu a vereadora.
Ela espera, também, que com a COP haja o combate ao preconceito com as pessoas que moram na região: “Todo mundo que vem aqui, e é de fora, sempre fica muito surpreso por ter uma ilusão de uma floresta exótica. E quando se coloca uma pessoa ou um lugar nesse lugar do exotismo, que é a gente olhando a partir do outro. Então, a Amazônia é sempre vista a partir do outro, as pessoas que querem explorar, estudar a Amazônia, e sempre nesse lugar de outrem, e não como uma pessoa que vai viver e entender o território. Por isso, eu acho que esse lugar de vir muita gente para cá vai conseguir que a gente combata diversos preconceitos e diversas formas de estigmatização da região”, afirmou.
Mudança de postura com o novo governo federal
Por fim, a vereadora comparou a diferença nas gestões passada e a atual no que diz respeito à fiscalização na região. Agora, é uma relação que se transforma totalmente a partir do governo do presidente Lula: “O governo Bolsonaro insistiu muito em flexibilizar e acabar com a fiscalização do IBAMA e dos órgãos fiscalizadores como um todo, onde houve aumento do desmatamento, do garimpo ilegal, exploração dos corpos e dos territórios indígenas, negros e quilombolas”, criticou.
“Hoje temos políticas públicas sérias de um governo federal que é comprometido com a vida das pessoas que vivem aqui. Há o fortalecimento dos órgãos de fiscalização e isso muda radicalmente como a gente vive o território porque antes o que a gente tinha era uma necropolítica, que havia apoio ao garimpo ilegal, à extração ilegal da madeira, com rotas de tráfico que eram permitidas pelo governo federal. Agora temos um governo federal ativo na fiscalização e no combate a esse tipo de prática que muda radicalmente como a gente vive o território.”
Da Redação do Elas por Elas