O vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho preferido de Jair Bolsonaro (PSL), publicou na última segunda-feira (9) em seu Twitter que a transformação do Brasil não ocorrerá “por vias democráticas”. A frase é uma clara demonstração de sua exaltação e fixação pelo governo autoritário e um ataque direto à democracia brasileira.
“Por vias democráticas a transformação que o Brasil quer não acontecerá na velocidade que almejamos… e se isso acontecer. Só vejo todo dia a roda girando em torno do próprio eixo e os que sempre nos dominaram continuam nos dominando de jeitos diferentes.”, escreveu o filho de Jair.
A declaração de Carlos provocou revolta generalizada por parte de quem defende e luta pela democracia. O presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) Felipe Santa Cruz afirmou à Folha de S. Paulo que “não há como aceitar uma família de ditadores. É hora dos democratas do Brasil darem um basta. Chega”.
A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, também se manifestou contra a fala de Carlos. A deputada federal do PT defendeu a democracia citando a Constituição de 1988 e afirmando que “a realidade não se dobra aos desejos de Jair Bolsonaro”:
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT), declarou: “Ou a gente dá um basta nessa escalada autoritária ou ela devastará o Estado democrático”.
Já o líder do PT na Câmara, o deputado Paulo Pimenta (PT), relembrou que a família Bolsonaro é uma antiga defensora da ditadura. Jair já falava em fechar o Congresso há 20 atrás e, agora, seu filho ataca a democracia descaradamente:
A recente postagem de Carlos provocou preocupação até mesmo no Palácio do Planalto. De acordo com reportagem do UOL, auxiliares de Bolsonaro estão com medo de que as mensagens possam fazer cair ainda mais a popularidade do presidente ultraconservador.
Carlos Bolsonaro é o pivô de diversas polêmicas na internet. O filho de Jair foi o responsável pela estratégia de campanha do pai nas redes sociais, propagando fake news e dispersando o discurso de ódio característico do clã. Após a eleição, o filho 02 foi responsável por episódios de confusão ao promover ataques a integrantes do primeiro escalão do governo, como fez com o ex-Secretário-Geral da Presidência Gustavo Bebianno e o vice-presidente Hamilton Mourão.
Após esta última ameaça, que chegou aos assuntos mais falados nas redes sociais, Carlos Bolsonaro pediu licença não remunerada na Câmara Municipal do Rio nesta terça (10). O motivo foi declarado como “particular” e sem prazo determinado para retorno.
Da Redação da Agência PT de Notícias com informações da Folha de S. Paulo e UOL