Partido dos Trabalhadores

Cartilha “Mulheres no G20” sintetiza agenda brasileira para políticas de gênero

Documento apresenta iniciativas e resultados que a presidência brasileira do G20 alcançou em busca de direitos e do empoderamento de mulheres e meninas de todo o mundo

Ricardo Stuckert/PR

A Cartilha reúne as principais sugestões e compromissos relacionados à igualdade de gênero nas declarações finais de diversos grupos de trabalho

A Cartilha “Mulheres no G20” é o resultado do inédito Grupo de Trabalho de Empoderamento das Mulheres do G20, coordenado pelo Ministério das Mulheres. 

O documento, entregue aos chefes de Estado, cônjuges e representantes das delegações, reúne compromissos e propostas sobre igualdade de gênero, autonomia econômica e sistemas de cuidado, além de destacar a transversalidade do tema em discussões globais. 

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, destacou a relevância deste momento na busca por uma sociedade mais justa: “O G20 não pode ser apenas sobre economias, mas sobre vidas, especialmente as das mulheres e meninas, que são as mais impactadas pelas desigualdades.” 

A Cartilha reúne as principais sugestões e compromissos relacionados à igualdade de gênero nas declarações finais de 13 Grupos de Trabalho da Trilha de Sherpas, além da Trilha de Finanças, Iniciativa de Bioeconomia e duas Forças-Tarefa. Também demonstra a sinergia e alinhamento entre a Declaração da Presidência Brasileira fruto das discussões do Grupo de Trabalho de Empoderamento das Mulheres com os Communiqués, documentos finais de diversos Grupos de Engajamento da sociedade civil. 

O Grupo de Trabalho coordenado pelo Ministério das Mulheres finalizou suas discussões no dia 11 de outubro de 2024 com a aprovação de uma Declaração da Presidência Brasileira que foi apoiada por 20 dos 21 membros do G20. Esta Declaração trata sobre igualdade de gênero e empoderamento das mulheres e envolveu uma extensa negociação ao longo de quatro encontros técnicos, oito reuniões on-line e mais de 15 reuniões bilaterais.

O texto final do documento foi apoiado pelos membros África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Austrália, Brasil, Canadá, China, Estados Unidos da América, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, República da Coreia, Rússia, Turquia, União Africana e União Europeia. O único país-membro a não apoiar o texto foi a Argentina. 

A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, foi responsável pela entrega oficial aos líderes e representantes das delegações presentes, assim como às primeiras-damas e à Presidenta do México, Claudia Sheinbaum. “Muito me orgulha que a presidência brasileira tenha conduzido com ousadia o primeiro ciclo de reuniões do Grupo de Trabalho de Empoderamento das Mulheres do G20”, afirmou Janja. 

A entrega do material ganhou destaque na abertura da 3ª sessão plenária da Cúpula de Líderes, com menção especial feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva que classificou o documento como inovador e essencial para guiar o G20 em ações mais inclusivas e justas. 

Legado do GT de Empoderamento de Mulheres 

Sob condução de Maria Helena Guarezi, secretária-executiva do Ministério das Mulheres, o GT de Empoderamento de Mulheres foi um dos grandes marcos da presidência brasileira no G20 em 2024. Inaugurado este ano, o grupo elaborou um comunicado pioneiro que incorpora gênero transversalmente nas discussões globais. Entre os temas abordados estão: 

– Autonomia econômica e igualdade salarial; 

– Fortalecimento de sistemas de cuidado inclusivos; 

– Combate à misoginia e violência contra mulheres e meninas; 

– Ação climática com perspectiva de gênero. 

O GT também propôs iniciativas específicas, como a ampliação do papel das mulheres na construção de soluções globais e na liderança econômica e social. 

Segundo o MMulheres, a Cartilha “Mulheres no G20” consolida este trabalho, destacando a relevância de continuar as discussões sobre empoderamento feminino nas próximas presidências do grupo. Como pontuado por Maria Helena Guarezi, “o G20 deu um passo histórico ao reconhecer que não há progresso econômico sem justiça social e equidade de gênero. Este é apenas o começo de um caminho que deve ser cada vez mais inclusivo.”

Da Redação do Elas por Elas, com informações do Ministério das Mulheres