As quedas da inflação e dos juros, tão celebradas pelo governo Temer, são, na verdade, sintomas extremamente preocupantes de uma economia cada vez mais estagnada.
“A nossa atividade econômica está no chão. Como é que vai ter inflação? O juro real é altíssimo para a realidade que temos”, lembra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidenta nacional do PT, para quem apenas um governo completamente dissociado da realidade nacional poderia apresentar os atuais indicadores econômicos como “positivos”.
Nesta terça-feira (11), Gleisi participou de uma audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) convocada para que o presidente do Banco Central, Ilan Goldfejn, apresentasse as diretrizes e perspectivas da política monetária. A senadora rebateu o discurso do titular do BC, que traçou um cenário econômico cor-de-rosa.
“Um governo que não conhece o Brasil, que não anda pelo interior e não conhece a pobreza acaba pilotando uma política econômica que atende apenas a parcela mais rica da sociedade”, ressaltou Gleisi, para quem os números frios podem animar especuladores e rentistas, mas não alteram o empobrecimento da grande maioria dos brasileiros.
Gleisi defendeu a retomada dos investimentos, que estão atualmente em 15% do Produto Interno Bruto (PIB), muito abaixo das taxas registradas durante os mandatos de Lula, quando chegaram a 22%. “Foi isso que sustentou o crescimento do Brasil, foi o que melhorou as nossas políticas sociais e a política econômica”.
O líder do PT, Lindbergh Farias, também participou do debate com o presidente do Banco Central e cobrou as promessas feitas pelos conservadores, na época do golpe, que prometiam maravilhas no campo econômico. “Os senhores diziam que bastava tirar Dilma para resgatar a confiança dos empresários, que iam voltar a investir e a economia ia se recuperar”.
Lindbergh apontou o fracasso da política de arrocho que o governo Temer vendeu como o remédio contra a crise. A “austeridade” está estrangulando políticas essenciais ao bem-estar da população, mas não está conseguindo trazer a recuperação da confiança e a volta dos investimentos. “Infelizmente, o que a gente está vendo no País é uma saída pela estagnação”.