Após a aprovação da reforma trabalhista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado nesta quarta-feira (28), líderes das principais centrais sindicais subiram o tom e reforçaram a convocação para a Greve geral desta sexta-feira, dia 30 de junho.
Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, os riscos são enormes para o trabalhador brasileiro. “Não vai ter geração de emprego, vai ter bico institucionalizado. Vai ser o fim do emprego formal, que garante direitos conquistados, como férias e 13º”.
Para Vagner, “a única saída para impedir que o plenário do Senado aprove a reforma é parar o Brasil, ocupar as ruas e o Congresso Nacional”. “A classe trabalhadora corre o risco de ser submetida a condições de trabalho semelhantes a que tínhamos na época da escravidão”.
“É inadmissível um presidente querer se manter no poder aprovando a pauta patronal de retirada de direitos sociais, trabalhistas e previdenciários. Mais grave ainda é que esse presidente não tem legitimidade nem moral e é o primeiro da história do Brasil a ser oficialmente denunciado por corrupção”.
Para reforçar a tese de que a classe trabalhadora pode impedir o desmonte social, trabalhista e previdenciário, o presidente da CUT cita as pesquisas de avaliação de ilegítimo e golpista Temer e a revolta da população que exige a saída do presidente denunciado imediatamente. No inicio de junho, o desempenho de Temer já era reprovado por 95% dos brasileiros, segundo pesquisa CUT/Vox. O Datafolha registrou um percentual de 76% dos que querem a renúncia do peemedebista.
“Tudo isso, com certeza, vai interferir na decisão dos parlamentares aliados pro ou contra as reformas. Eles terão de pensar se votam contra os trabalhadores, a favor de um presidente reprovado por quase 100% dos brasileiros, acusado de corrupção e formação de quadrilha, segundo a PGR”, conclui Vagner.
Os sindicatos filiados à CUT fizeram centenas de assembleias e a greve do dia 30 foi aprovada por unanimidade.
A Central de Movimentos Populares (CMP) também tem intensificado as mobilizações de adesão à paralisação programadas para ocorrer nesta sexta-feira. Em parceria com a Frente Brasil Popular, a CMP tem realizado ações e atividades de envolvimento, mobilizações nas periferias da capital, das cidades da região metropolitana e no interior do Estado, onde a CMP está presente e leva esclarecimentos sobre os efeitos devastadores na vida das pessoas que as reformas do ilegítimo governo Temer, trarão ao povo brasileiro, com impactos nefastos à economia, milhares de desempregados e outros explorados pela perda de direitos.
Para o presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Adilson Araújo, “a reforma trabalhista do presidente ilegítimo Michel Temer não é apenas perversa, ela rompe com qualquer horizonte de retomada do crescimento com geração de emprego e rende, e coloca na mão do empresariado o chicote da precarização e da escravidão moderna”.
“Aos empresários são dadas as condições plenas para encher as burras de dinheiro, aumenta a cesta de lucros e subordinar a classe trabalhadora a trabalhar mais e ganhar menos. E mais, aos donos do capital é dada a conveniência de, a depender dos ciclos econômicos, ajustar os salários a partir das orientações das agências internacionais”.
Segundo Adilson, o ataque vem de todos os lados. “Além da retirada brutal dos direitos, a Justiça do Trabalho, espaço de garantia do respeito à Lei e aos direitos, sofre um desmonte brutal liderado pelo atual governo. Sem proteção ou mesmo onde buscar ajuda, nosso povo entrará em um ciclo de desalento e será condenado a um futuro de pobreza e fome”.
“O movimento sindical é convocado para resistir e salvaguardar não só os direitos mais também o sindicato como escudo de defesa contra a sanha do capital. Nesse momento a unidade da classe trabalhadora é vital para fortalecer a luta, que será árdua e de grande envergadura”.
Adilson reforça que o caminho será reforçar a ação em todas as esferas da sociedade, com um movimento sindical vigilante, “que amplie suas raízes e fortaleça as estruturas nas bases da classe trabalhadora é fundamental para atravessarmos essa etapa da luta, barrar o retrocesso desse que já é o maior ataque ao nosso povo, visto na história do nosso país”.
“Dia 30 de junho deveremos ganhar as ruas, mostrar nossa indignação e lutar contra o projeto que pode acabar com qualquer expectativa de futuro”.
Da Redação da Agência PT de Notícias