Partido dos Trabalhadores

Com Bolsonaro, cresce uso de armas de fogo em locais públicos

Estudo do Instituto Sou da Paz alerta que o número de armas de uso amador no Brasil superou o da Polícia Militar

Site do PT

Violência política

A imprensa brasileira divulgou nos últimos dias situações que, antes de Bolsonaro flexibilizar e estimular o acesso a armas de fogo e munições no Brasil, não eram tão comuns. A violência com o porte amador de revólveres adentrou os portões de uma escola no Distrito Federal, de uma sessão legislativa em uma Câmara de Vereadores, em Cuiabá, provocou tiroteio com mortos em uma briga de comerciante e agricultores e coagiu funcionários de uma pizzaria por um médico armado.

Estas e outras recentes situações de violência como a morte de um homem porque se assustou achando que era assalto e de uma mulher baleada pelo marido dentro do próprio carro são exemplos de cidadãos comuns que portam armas de fogo, legalmente, graças ao bolsonarismo.

Após mais de 30 decretos e atos normativos de Bolsonaro, desde início de 2019, um estudo realizado pelo Instituto Sou da Paz alertou sobre o número de armas de uso amador circulando no Brasil ter superado o uso da Política Militar.

Conforme a pesquisa, baseada em dados do Sistema Nacional de Armar (SINARM) e do Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (SIGMA), até abril de 2021, os CACs contabilizavam um total de 648.731 armas, enquanto a soma dos armamentos das Polícias Militares totalizava 583.498. Mais armas e mais homicídios.

O discurso de ódio disseminado por Jair Bolsonaro resultou no aumento em 35% no número de “mortes violentas por causa indeterminada” (MVCI) no Brasil, com alta de 12.310 para 16.648, entre 2018 e 2019. O alerta é do Atlas da Violência 2021, divulgado em setembro do ano passado.

O coordenador do Setorial Nacional de Direitos Humanos do Partido dos Trabalhadores (PT), Renato Simões, fala sobre a relevância de ser promovida uma campanha desarmamentos no Brasil e não contrário, como Bolsonaro faz.

“Lula já se manifestou sobre a necessidade de promovermos uma ampla campanha de desarmamento na sociedade brasileira, compatível com o resultado do Referendo Nacional de 2005, em nosso primeiro governo. Será tão trabalhoso quanto ganhar as eleições de outubro disputar a consciência nacional sobre a necessidade de uma política integrada de segurança pública e direitos humanos que proteja a vida e os direitos das pessoas como prioridade de Estado. Nessa política, o esforço de armar em massa quem pode pagar por isso, promovido pelo bolsonarismo, precisa ser confrontado com uma política de comunicação e uma proposta de mobilização cidadã pelo desarmamento.”

Estatuto do desarmamento

O líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PT/PA), ressalta que o Estatuto do Desarmamento está entre as mais importantes melhorias implantadas no Brasil pelos governos do PT. Sancionado em 2003, logo no primeiro ano de Lula no Palácio do Planalto, o texto foi uma reação do governo federal e do Congresso Nacional a uma criminalidade crescente registrada nos anos anteriores.

“Foi um momento rico da democracia em que toda a sociedade, de especialistas até a classe política, se uniu contra a onda de violência e debateu a fundo caminhos para estimular a cultura da paz. O Estatuto do Desarmamento se tornou um marco para o país e contribuiu muito para reduzir os índices de violência. A Lei criou um sistema nacional para controlar a produção e restringir o comércio e o porte de armas de fogo e munições, entre muitas outras medidas”.

Casos recentes de violência com armas de fogo

PT impede votação do PL das Armas

A bancada do PT no Senado em conjunto com parlamentares de outros partidos conseguiu barrar, nesta quarta-feira (9), nova tentativa da bancada governista de votar o Projeto de Lei (PL 3.723/2019) que ficou conhecido como PL da Bala Solta. A proposta armamentista do governo Bolsonaro modifica o Estatuto do Desarmamento e prevê a flexibilização para caçadores, atiradores e colecionadores (CACs) das regras de registro, cadastro e porte de armas de fogo.

PT foi à Suprema Corte

O Partido dos Trabalhadores protocolou há menos de um mês uma Ação Direta de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF) contra os decretos publicados pelo presidente Jair Bolsonaro na véspera do feriado de Carnaval que facilitam e ampliam o acesso às armas de fogo e munições. O partido pede que o STF suspenda imediatamente os efeitos das medidas até futura decisão colegiada do Tribunal.

Na ação, o PT defende que os decretos violam a literalidade de diversos dispositivos da Constituição da República. Também argumenta que a política armamentista de Bolsonaro ameaça a vida e a segurança de todos os cidadãos, além de pôr em risco o monopólio do uso da força pelo Estado e atentar contra a própria democracia, uma vez que seria papel do Congresso Nacional analisar essa matéria.

Veja a íntegra da ação:

Da Redação, com informações do Brasil de Fato e Folha Blogs