A inabilidade de Jair Bolsonaro (PSL) causa mais um efeito na economia: o Dólar ultrapassou o patamar de R$4,10 nesta sexta-feira (17). Esse foi o terceiro dia consecutivo de queda do Real que, dentre as principais moedas do mundo, teve a desvalorização mais intensa. O declínio já ocorre em velocidade maior que o do peso argentino, apesar da profunda crise que vive o vizinho sul americano.
No início desta tarde, o dólar à vista era negociado a R$ 4,0962, o que representa alta de 1,50%. Na máxima, a moeda chegou aos R$ 4,1122. Em janeiro, quando Bolsonaro assumiu, o valor era de R$3,874. Isso mostra que, apesar das duas viagens que fez aos Estados Unidos com a desculpa de fazer acordos econômicos, ele não trouxe nada de positivo. Pelo contrário, assinou medidas que beneficiam o mercado estadunidense em detrimento do brasileiro.
A questão monetária é um reflexo não só da estagnação econômica, mas, principalmente da instabilidade política em que o país está afundado. Operadores do mercado financeiros ouvidos pelo Valor Econômico avaliam que a queda do real é resultado do aumento da percepção de risco para investidores estrangeiros, potencializado pela queda nas expectativas com relação ao governo que, em apenas cinco meses, já se deteriorou completamente em meio a crises internas e trocas de farpas com o Congresso.
Bolsonaro admite incompetência para governar
A incapacidade de governar é tanta que o próprio Bolsonaro compartilhou um texto que analisa os cinco primeiros meses de seu governo afirmando que “até agora não fez nada de fato, não aprovou nada, só tentou e fracassou”. A publicação de autoria desconhecida foi divulgada por ele em grupos de WhatsApp.
Enquanto isso, o país segue completamente paralisado e as bases de apoio, aos poucos, ameaçam deixar o barco. Diante do cenário, especialistas não veem perspectiva de melhora para a economia no futuro próximo.
A alta do dólar é mais uma frustração até para o eleitorado de Bolsonaro que, no período de campanha, foi convencido pelas previsões do “Deus Mercado”. Em outubro, as consultorias afirmavam que a moeda estadunidense chegaria a R$3,50, caso ele fosse eleito.
O mercado financeiro preferia a eleição do militar pela promessa de reforma da Previdência, que entregaria as aposentadorias do povo brasileiro aos bancos por meio do sistema de capitalização. Agora, até quem o elegeu se frustra com a desidratação da proposta que, a cada dia, tem menos chance de ser aprovada.
Da Redação da Agência PT de Notícias com informações de Estadão, G1 e Valor Econômico