Com governo Bolsonaro, economia estagna e brasileiro não retoma renda

Pesquisa mostra que Brasil vive a recuperação mais lenta da história e pesquisador afirma que, com o PIB crescendo a 1%, retomada não vai acontecer “nunca”

Marcelo Camargo/Agência Brasil

Jair Bolsonaro

Com Jair Bolsonaro (PSL), a economia brasileira vive um ciclo de estagnação nunca visto na história recente do país. A renda do brasileiro diminuiu e não consegue se recuperar sem políticas eficientes para a retomada de crescimento do Produto Interno Bruto. Com isso, o consumo das famílias – responsável por 60% do PIB, também cai e, portanto, não há expectativa de melhora. É o que mostra um estudo da consultoria AC Pastore, divulgado pela Folha de S. Paulo nesta quinta-feira (25).

Em resumo, a pesquisa afirma que nunca foi tão difícil para que o povo brasileiro retomasse a renda após um período de recessão. As perspectivas para os próximos anos também não são animadoras.  Em entrevista a Folha, o economista Marcelo Gazzano, da AC Pastores, afirma que “nesse ritmo de crescimento de 1% do PIB, não voltaremos ao pico da nossa renda per capta nunca”.

A renda per capta é o PIB dividido pelo número de habitantes. Sendo assim, caso confirmadas as previsões do Banco Central, o país deve terminar 2019 com crescimento em torno de 1% e o ganho dos brasileiros vai continuar estagnado porque a população também cresce a 1%.

Desemprego aumenta e consumo cai

Diante desse cenário, não há otimismo em relação ao consumo das famílias. Outra pesquisa divulgada neste mês mostra que, nos dois primeiros meses do governo Bolsonaro, os brasileiros reduziram as compras em 5,2%. A queda atingiu setores considerados essenciais, como alimentos e produtos de higiene pessoal.

O consumo é responsável por 60% do PIB brasileiro e, por isso, é um fator crucial para a retomada o desenvolvimento econômico. Dessa forma, o Brasil se encontra em um ciclo vicioso de estagnação.

Um dos fatores responsáveis pela queda no consumo foi a alta no desemprego. Em fevereiro, o desemprego atingiu 13,1 milhões de brasileiros e, em março, foram fechadas mais de 43 mil vagas. Os números são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), respectivamente.

Cenário é o pior de série histórica

A recuperação é pior do que após a crise de 1989, quando o Brasil vivia um momento de instabilidade e estava prestes a encerrar a “década perdida”. Também é importante ressaltar que o vencedor das eleições daquele ano, Fernando Collor, implementou uma política econômica desastrosa, acabando com a renda e com a poupança dos trabalhadores. Apedar disso, nem com o governo Collor foi tão difícil para que a situação se regularizasse como está sendo agora.

Passados 19 trimestres da recessão de 1989, a renda per capta dos brasileiros era 6,5% menor. Agora, o ganho dos brasileiros apresenta uma redução de 9% com relação ao pico registrado nos últimos meses de 2014 – de lá para cá, também passaram 19 trimestres.

Da Redação da Agência PT de Notícias com informações da Folha de S. Paulo

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