A retomada do desenvolvimento econômico e social brasileiro tem o financiamento público como uma das principais alavancas. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por exemplo, bateu recorde nas aprovações de crédito no primeiro semestre deste ano: R$ 66,5 bilhões – o maior aporte dos últimos seis anos.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, falou sobre o assunto em um vídeo divulgado nas redes sociais. Ele destacou o aumento de 80% na aprovação de crédito para gerar emprego, investimento, crescimento e desenvolvimento para o Brasil. Também vislumbrou um futuro com queda nos juros e mais empregos numa economia verde e moderna.
“Com todo esse esforço tivemos um crescimento do nosso retorno (lucro) de 94%. Com isso, vamos aportar mais recursos ao Tesouro para ajudar a reduzir a taxa de juros mais rapidamente, porque com juros mais baratos o BNDES vai fazer ainda mais. Mais emprego, mais investimento, uma economia mais verde, mais digital, mais moderna. Esse é o BNDES”, ressaltou.
Foram apresentados também números de setor de infraestrutura, com aumento de 143% (R$ 26,1 bilhões) de investimentos em relação ao semestre anterior. Na indústria o crédito cresceu em 157%, na área da saúde houve a liberação recorde de recursos e R$ 131 bilhões para a indústria brasileira.
“Tínhamos nos comprometido, em quatro anos, com a nova indústria no Brasil chegar em R$ 250 bilhões, ou seja, já cumprimos. O que era para ser feito em dois anos, foi em ano e meio, mostrando que a indústria voltou a crescer com 4% de esse mês, com o BNDES industrializando uma indústria verde, digital, exportadora e mais competitiva”, destacou Mercadante na mensagem em que também agradeceu aos trabalhadores do banco.
Na agricultura familiar e empresarial, o aumento do crédito foi de mais de 200%. “É um resultado fantástico”, disse o presidente, ao destacar o crescimento de 53% (R$ 29,3 bilhões) no crédito para micro, pequenas e médias empresas, além de mais de 300% para as cooperativas, beneficiando cerca de 20 milhões de brasileiros.
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Em suas redes sociais a presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), parabenizou Mercadante e sua equipe pelos resultados que irão, segundo ela, contribuir muito além do previsto para a arrecadação do governo federal e criticou a atuação do presidente do Banco Central.
“Em um ano e meio, nosso banco de desenvolvimento retomou seu papel estratégico de financiar o investimento produtivo no país, apesar das forças que atuam em contrário, especialmente o BC comandado pelo bolsonarista Campos Neto”, salientou.
Números exitosos
Em entrevista coletiva na sede do banco nesta terça-feira (13), ao lado de vários diretores, Mercadante detalhou os números do lucro líquido recorrente, da ordem de R$ 7,2 bilhões, sobre R$ 3,7 bilhões no primeiro semestre de 2023, o que indica os 94% de crescimento citados por ele no vídeo.
As aprovações de crédito superaram as marcas dos últimos seis anos, um total de R$ 66,5 bilhões, o que representa aumento de 83% em relação ao mesmo período de 2023. Os desembolsos foram da ordem de R$ 49,3 bilhões nos primeiros seis meses de 2024, 21% acima do registrado no mesmo período de 2023.
“No governo do presidente Lula, o BNDES retomou o seu papel”, destacou Mercadante em matéria da Agência Gov. O balanço apontou ainda que crescimento de 79% (R$ 64,9 bilhões) nas aprovações de crédito produtivo e de 21% (R$ 49,3 bilhões) nos desembolsos, nos seis primeiros meses de 2024.
O volume total de aprovações do banco cresceu expressivamente em todos os recortes setoriais, entre eles, de 70% na indústria (R$ 13,6 bilhões), seguidos de 66% em comércio e serviços (R$ 11,1 bilhões) e 31% em agropecuária (R$ 14,1 bilhões). O resultado inclui operações diretas e indiretas, via agentes financeiros repassadores de recursos do BNDES.
O comparativo do crédito para as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) mostra que os valores aprovados no primeiro semestre de 2024 são o dobro do apurado no mesmo período de 2022.
“Os resultados do primeiro semestre de 2024 comprovam que, no governo do presidente Lula, o BNDES retomou o seu papel como o principal instrumento de promoção do desenvolvimento do Brasil. Em janeiro de 2023, encontramos o Banco com funding e liquidez comprometidos. Agora, alcançamos a maior carteira de crédito dos últimos seis anos, avaliou Mercadante.
Lucro total
O lucro líquido total do BNDES foi de R$ 13,3 bilhões, superior aos R$ 9,5 bilhões apurados no primeiro semestre de 2023, influenciado por eventos não recorrentes como dividendos e recuperações de crédito. As receitas de dividendos e juros sobre o capital próprio, no primeiro semestre de 2024, somaram R$ 4,3 bilhões (basicamente oriundas da Petrobras). A reversão de provisões de crédito totalizou R$ 1,7 bilhão devido a revisões de classificação de risco e recuperação de créditos provisionados em exercícios anteriores.
Os ativos totais do Sistema BNDES somaram R$ 778 bilhões em 30 de junho de 2024, um acréscimo de R$ 45,5 bilhões em relação a dezembro de 2023, destacando o aumento de R$ 15,2 bilhões da carteira de crédito expandida e de R$ 25,3 bilhões dos títulos e valores mobiliários, em função de ingressos de recursos do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima e do Tesouro Nacional, visando ao Programa BNDES Emergencial do Rio Grande do Sul.
A carteira de crédito expandida, que abrange financiamentos, debêntures e outros ativos de crédito, alcançou o montante de R$ 530,2 bilhões em 30 de junho de 2024, representando, assim, 68,1% dos ativos totais e a maior carteira em termos nominais dos últimos seis anos. O aumento foi influenciado pelo crescimento dos desembolsos e pela apropriação de juros e atualização monetária.
O BNDES manteve boa qualidade da carteira de crédito e repasses, com 96,7% das operações classificadas nos mais baixos níveis de risco, compreendidos entre AA e C, no primeiro semestre do ano. Esse percentual se mantém superior ao registrado pelo Sistema Financeiro Nacional, que atingiu 91,4% em 31 de março de 2024 (última informação disponível).
A carteira de participações societárias totalizou R$ 82,5 bilhões em 30 de junho de 2024. O acréscimo de 3,3% frente a dezembro de 2023 ocorreu, sobretudo, pela valorização dos investimentos em empresas não coligadas. Petrobras, JBS, Eletrobras e COPEL seguem como principais empresas investidas em termos de carteira total.
A inadimplência de 0,07% permanece expressivamente inferior à do Sistema Financeiro Nacional (3,24% geral e 0,41% para grandes empresas em junho de 2024).
O patrimônio líquido do BNDES alcançou R$ 160,0 bilhões em 30 de junho de 2024, 5,8% maior que o registrado em 31 de dezembro de 2023. O aumento de R$ 8,7 bilhões decorre, principalmente, do lucro líquido de R$ 13,3 bilhões, atenuado por R$ 5,3 bilhões destinados como dividendos complementares relativos ao exercício de 2023, a serem pagos sob a forma de dividendos ou juros sobre capital próprio (JCP).
As demonstrações financeiras completas do BNDES e suas subsidiárias estão em bndes.gov.br/relacoes-com-investidores.
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Da Redação, com Agência Gov