Partido dos Trabalhadores

Comitês: a luta de base por Lula Livre

Espalhados Brasil afora, os Comitês Lula Livre organizam a luta pela liberdade para Lula e a resistência para devolver a Democracia

O último período foi marcado por um momento de guinada para os que lutam pela liberdade para o ex-presidente Lula. O Encontro Nacional Lula Livre indicou como forte elemento para ampliar essa luta a criação, rearticulação e articulação permanente de Comitês Lula Livre em todo país. Esta semana, foram reuniões de rearticulação, contatos para criação de novos comitês, e impulso no trabalho daqueles que já vinham gritando “Lula Livre!”.

Nesta fase de reorganização da campanha, no marco de um ano da prisão política de Lula, o desafio é de dar um salto na organização dos comitês, com amplitude e uma agenda que vise discutir com a sociedade brasileira as razões de o ex-presidente estar preso.

Comitês

Às portas da própria prisão, na PF em Curitiba, se organiza o primeiro Comitê, a Vigília Lula Livre, que resiste há mais de 350 dias com debates, mobilizações e um cerimonial próprio que saúda o ex-presidente diariamente com os “Bom Dia, Boa Tarde e Boa Noite, Presidente Lula!”.

Essa acolhida ao preso político Luiz Inácio também é repetida em outros cantos do Brasil. O Comitê Popular Lula Livre da Zona Oeste realiza todas as quartas-feiras, das 18 as 20 horas o “Boa Noite, Presidente Lula” no Largo da Batata, em São Paulo. Carolina Pastorin conta que esta é a atividade mais frequente entre outras mobilizações que o Comitê desenvolve.

“Já se tornou tradicional toda quarta-feira, chegando a agregar maior ou menor numero de ativistas a depender da semana”, refere-se mencionando entre 15 a 20 pessoas semanalmente. “Temos convidado outros coletivos, fazemos panfletagem, montamos banquinha, dialogando sobre o porquê do Lula estar preso e agora sobre os perigos da reforma da Previdência”, explica Carolina, que enumera outras atividades do Comitê Zona Oeste: vigília, aulas públicas, atividades em feiras nos finais de semana.

Cultura, arte e política

No Rio de Janeiro, a atriz Lucélia Santos e vários outros artistas de diversas gerações da dramaturgia e música brasileira também se organizam para intervir na luta pela democracia e liberdade para Lula. A célula essencial que hoje fundou o Comitê Lula Livre entre os artistas, de acordo com Lucélia, se iniciou logo após a prisão de Lula, com sua ida a Vigília em Curitiba, acompanhada de Orã Figueiredo e Betina Viany.

“A célula vem desde ai, chegou a contribuir com os Festivais Lula Livre e, após a última semana com o impulso dado pelo Encontro Nacional Lula Livre, o Comitê Lula Livre da Republica Lúdica do Lula foi criado”, descontrai Lucélia. Entre as diversas “ideias incríveis”, a intenção é expandir a iniciativa lúdica do Zé de Abreu (autoproclamado Presidente da República), e interferir no debate publico a partir da empolgação criativa dos artistas. “Queremos lançar ‘a República num evento publico, lúdica, com samba e com política”, afirma.

Também em Pernambuco a arte ocupa lugar central na mobilização política. Na ultima quarta-feira foi realizada a reunião de rearticulação do Comitê Pernambucano Lula Livre, com forte presença de comitês de bairros do Recife. “Foram cerca de 75 pessoas pessoas das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e outros ativistas”, relata Paulo Mansan, do MST. Ele acrescenta que “foi encaminhado a prioridade de construção da Jornada Lula Livre do dia 7 de abril, que será antecedido por uma plenária de todos os comitês locais no dia 2 de abril”.

“Para o dia 7 de abril, teremos um dos pratos favoritos do ex-presidente Lula sendo servido no Armazém do Campo, a Feijoada Lula Livre, seguida do Festival de Pipas Gigantes e do Encontro de blocos pela Democracia Lula Livre com uma expectativa de mais de 20 blocos”, conta.

Trabalho de base: instrumento de rearticulação essencial na luta política

A plenária nacional do último sábado aprovou um amplo processo de multiplicação de comitês. Numa primeira fase, os estados que participaram concordaram em organizar comitês estaduais, integrando a luta nacional. Na analise de Renato Simões, do Partido dos Trabalhadores, a organização de base através de Comitês é uma nova oxigenação para a luta por Lula Livre, que promete ser “de longo prazo”.

“Atividades em redes e presenciais, linhas de comunicação, banquinhas nas ruas, praças, feiras e comércios, a luta através de vigílias nas portas do poder judiciário são algumas das possibilidades de formas de organização e trabalho de base”, sugere Renato Simões.

O militante do MST João Paulo Rodrigues, que visitou Lula no final de março, trouxe para fora da cela de Curitiba o recado do ex-presidente: “Lula chamou a atenção para debatermos alguns assuntos com a nossa militância, mas o principal é o trabalho de base. Não podemos ficar só na Internet, nas redes sociais. É necessário o olho no olho. Precisamos discutir com o povo, na rua, e ouvir”, afirmou em nome de Lula.

Entre 7 e 10 de abril, na Jornada Lula Livre, com atividades no Brasil e no mundo, o foco foi ampliar o diálogo sobre a prisão injusta de Lula. “Os estados que ainda não tem Comitês, que possam lançar. Aqueles que já têm podem organizar movimentos de massas ou grandes plenárias”, aponta também Simões.

Por Comitê Nacional Lula Livre