Dezenas de milhares de italianos foram às ruas da capital Roma, no último sábado (16), em defesa da democracia e contra a extrema-direita, que tenta, com violência, ressuscitar o fascismo no país. Conforme noticiaram agências internacionais, a manifestação lotou a praça San Giovanni, palco históricos das manifestações em defesa dos direitos populares na Itália.
O movimento é uma reação contundente à extrema-direita, que, na semana passada usou a pandemia de Covid-19 como pretexto para atacar a democracia e o movimento trabalhador italiano. Em um protesto contra medidas sanitárias para conter o novo coronavírus, os neofascistas agrediram policiais, tentaram invadir o gabinete do primeiro-ministro Mario Draghi e invadiram a sede do maior sindicato da Itália, a Confederação Geral Italiana do Trabalho (CGIL). Doze pessoas foram presas e 38 policiais acabaram feridos.
No dia seguinte, o Partido Democrático apresentou uma moção no Parlamento pedindo o fim de todos os movimentos políticos de inspiração facista e do partido de extrema-direita Força Nova, que participou dos ataques.
A manifestação do último sábado mostra que os italianos, como ocorre no Brasil, vão às ruas porque percebem que este é o momento de sair em defesa da democracia e acabar de vez com a tentativa de retomada do fascismo.
“Uma palavra: Itália antifascista, finalmente. Aqueles que dizem que é uma manifestação partidária têm razão: de um lado estão os fascistas, do outro a democracia, os antifascistas de ontem, de hoje e de amanhã”, publicou no Twitter a Rede Italiana Antifascista.
A declaração do grupo se assemelha muito ao que tem dito o presidente Lula em entrevistas recentes. Em agosto, por exemplo, durante visita ao Ceará, Lula disse: “Precisamos de menos ódio, menos mentira e mais governo. O que está em disputa no Brasil é a democracia contra o fascismo”.
Da Redação