Partido dos Trabalhadores

Congresso cria CPMI para investigar uso de fake news nas Eleições de 2018

Congresso aprova projeto para criação de Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar ataques cibernéticos e a divulgação de notícias falsas

Valter/Campanato/Agência Brasil

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realiza em Brasília, o Seminário Internacional Fake News e Eleições.

Em sessão do Congresso Nacional nesta quarta-feira (3), foi lido em Plenário a decisão de se criar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) destinada a investigar o uso de fake news nas eleições de 2018. A comissão terá prazo de 180 dias para investigar “denúncias de ataques cibernéticos que atentam contra a democracia e o debate público, de cyberbulling, de uso de perfis falsos para influir sobre as eleições de 2018, de aliciamento de crianças para crimes de ódio e suicídio, e contra autoridades”.

O deputado Rui Falcão (PT-SP) elogiou a criação da CPMI: “A investigação será fundamental, não apenas porque existe um exército de robôs fazendo ameaças aos parlamentares, a cidadãos e a cidadãs, mas nós queremos saber se, efetivamente, nessa eleição – cujo resultado já era maculado pela prisão sem culpa, pela interdição, pelo silêncio imposto ao presidente Lula – não houve financiamento espúrio, ilegal, naquelas milhares e milhares de mensagens falsas disparadas de última hora”, argumentou.

A comissão será composta por 15 deputados e 15 senadores.

Projetos aprovados

O Congresso aprovou também nesta quarta-feira (3) vários projetos de lei de créditos orçamentários e de mudanças na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). O deputado Bohn Gass (PT-RS), ao encaminhar o voto contrário do partido ao PLN 1/19, que dispõe sobre as diretrizes para a elaboração e execução da Lei Orçamentária de 2019, destacou que entre os temas tratados no projeto, está a aquisição de veículos de representação, de carros blindados. “É muito difícil sustentar a compra de carro blindado no momento em que falta recursos para as farmácias populares no Brasil”, disse Bohn Gass.

Ele citou ainda que enquanto o governo quer comprar carros blindados, faltam recursos para os Institutos Federais Tecnológicos, que já está demitindo os contratados. “Não há recursos para manter estudantes na universidade, não tem mais a bolsa de pesquisa nos programas de extensão nas nossas universidades. E aqui, nós apreciando proposta para comprar de carros blindados!”, protestou o deputado gaúcho.

A deputada Erika Kokay (PT-DF) destacou ainda o voto contrário do PT ao PLN 1, argumentando que o projeto traz, inclusive, a possibilidade de despesas para reformas e mero deleite ou recreio, além de despesas para residências funcionais, para os tribunais Superiores, para a Câmara e para uma série de órgãos. “Ora, é um absurdo que nós tenhamos um projeto que possibilite a utilização de recursos para deleite ou a renovação de frotas para a Presidência. Ou seja, onde está o recurso para a educação? O recurso para a assistência, em um País que está grassando com a fome e com a ausência de políticas sociais?. O PT vota não”, reafirmou.

Médicos peritos

A Bancada do PT também votou contra o PLN 2/19, que permite o pagamento de bônus aos peritos médicos, de acordo com a Medida Provisória 871/19. O deputado Jorge Solla (PT-BA) protestou contra o deslocamento de recursos do orçamento da educação, do quadro permanente de servidores técnico-administrativos e do equivalente docente, para pagar os peritos. “Nós vivemos recentemente toda essa crise nas universidades, com cortes, com contingenciamento, com toda a situação orçamentária restrita, e vamos agora tirar recursos do orçamento da educação? A gente não pode concordar com isso”, frisou.

Polícia Rodoviária Federal

Com o voto favorável do PT, o Congresso aprovou também o PLN 3/2019, que abre crédito especial de R$ 36 milhões para pagamento de indenizações a policiais rodoviários federais por trabalho em dia de folga. O deputado Bohn Gass encaminhou o voto da bancada e relembrou que os governo Lula e Dilma sempre tiveram compromisso com a categoria. “Nos nossos governos foram realizados vários concursos para o setor, melhoramos as condições de trabalho e os policias sabem disso. Agora somos favoráveis, sim, à remuneração das horas trabalhadas no período que deveria ser de descanso”, argumentou.

Por PT na Câmara