O “plano do governo para economia pós-Covid é o mesmo, mas com fome”. Assim definiu o articulistas Vinícius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo, nesta quinta-feira, comentando as medidas econômicas anunciadas pelo ministro Paulo Guedes.
Este é o plano de Guedes e do projeto neoliberal que tenta sobreviver no país. Frente à crise, ele aposta em aprofundar a informalidade, facilitando a demissão dos trabalhadores, e o arrocho salarial. Além disso, Guedes já anunciou que o auxílio emergencial não passa de setembro, e com valor reduzido para R$ 300,00.
Para enfrentar o desastre anunciado, o Partido dos Trabalhadores apresentou projeto para estender o Auxílio Emergencial por mais um ano. O projeto de lei 2283/20 foi apresentado pela deputada Gleisi Hoffmann (PR), e presidenta do PT, junto com o líder do partido na Câmara, Enio Verri (PR), e toda a bancada parlamentar.
A proposta da bancada petista foi relatada pelo líder da Minoria no Congresso Nacional, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), e pelo deputado Vicentinho (PT-SP). “Não venham Bolsonaro e Paulo Guedes querer reduzir ainda mais o auxílio e prorrogar por dois meses. Isso não resolve o problema. A solução é ampliar por 12 meses”, defendeu Zarattini.
“Agora, o Brasil vai enfrentar uma forte crise econômica. Será necessário que o auxílio continue sendo pago pelo governo por mais um ano porque o desemprego no Brasil vai aumentar consideravelmente e é essencial que a população possua condições mínimas de sobrevivência”, alertou Zarattini.
O deputado lembrou que o governo queria conceder um auxílio de apenas R$ 200,00, mas teve que ceder à decisão do Congresso de ampliá-lo para R$ 600,00. Agora, com a mesma lógica antipovo, o governo tenta novamente reduzir o valor do auxílio emergencial.
Na opinião do deputado Vicentinho, o cenário “é o pior de todos”, impondo a mudança urgente do governo do país. Segundo ele, “Bolsonaro é o mensageiro da morte, ele não tem política para o nosso povo”.
Reconstrução nacional
Para o PT, estender e garantir o auxílio emergencial é fundamental para apoiar os trabalhadores e os setores mais pobres e prejudicados pela pandemia. No entanto, diante da profunda crise social, econômica e política do país, o partido está propondo a construção de um plano de reconstrução do Brasil. A iniciativa consta da resolução ‘Defender a vida, o emprego e a democracia’, aprovada pelo Diretório Nacional divulgado na quarta-feira, 17.
“O PT tem o dever de apresentar desde já suas propostas para a reconstrução econômica, social e dos instrumentos de políticas públicas do estado brasileiro”, defende o partido. De acordo com a direção do PT, “apontar os rumos e fortalecer a confiança de que esta reconstrução é não apenas possível, mas absolutamente necessária para o país e para o povo”.