Jair Bolsonaro bem que andou se esforçando mas tudo o que conseguiu foi acusar o golpe. Nesta segunda-feira (17), o extremista de direita recuou de seus costumeiros ataques antivacinas e declarou que não é contra imunizantes para combater a Covid-19. As fake news, no entanto, chegaram tarde: pesquisa do Datafolha revela que 79% da população com 16 anos ou mais apoiam a imunização de crianças nessa faixa etária. Mais: 58% avaliam que Bolsonaro mais atrapalha do que ajuda na campanha de vacinação. Os resultados refletem os efeitos das declarações mais recentes do ocupante do Planalto, dadas com o objetivo de colocar em dúvida os benefícios da vacinação contra a Covid-19 entre crianças de 5 a 11 anos.
O índice dos que defendem a vacinação representa 132,5 milhões de pessoas, de acordo com o Datafolha. Ainda segundo o levantamento, 17% se posicionaram contra a vacinação infantil e outros 4% não souberam responder. 83% mulheres das entrevistadas e 75% dos homens ouvidos se disseram a favor. 22% dos homens foram contra, opinião compartilhada por 13% das mulheres. Ainda entre os que não concordam com a vacinação, 22% têm entre 25 e 44 anos, 21% concluíram o ensino médio e 28% estão entre os mais ricos.
Já o percentual dos que consideram que Bolsonaro sabota a campanha de vacinação de crianças equivale a quase 100 milhões de brasileiros. De acordo com a pesquisa, 25% (perto de 42 milhões de pessoas, indica o Datafolha) acham que Bolsonaro ajuda; 14% disseram não saber; outros 2% declararam que ele não ajuda nem atrapalha.
De acordo com a Folha de S. Paulo, a pesquisa foi feita nos dias 12 e 13 de janeiro, com 2.023 pessoas com 16 anos ou mais, em todas as regiões e estados do país. O jornal aponta ainda que homens são a maioria, 32%, na crença de que Bolsonaro mais ajuda que atrapalha. Já as mulheres lideram na avaliação de que o extremista atrapalha: 61%.
Entre os que acreditam que Bolsonaro ajuda mais do que prejudica, 30% têm entre 45 e 59 anos, 28% estudaram até o ensino médio, 32% possuem renda mensal familiar de mais de dez salários mínimos e 36% são evangélicos.
PT recorreu ao STF para garantir vacinação
Diante da lentidão do governo em iniciar a vacinação das crianças, o PT recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir a inclusão da faixa etária no Plano Nacional de Imunização. No dia 17 de dezembro, após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar o uso da vacina Pfizer em crianças de 5 a 11 anos, o partido ingressou com uma petição para o STF determinar ao governo que apresentasse em até 48 horas a data para as vacinações.
Na petição acatada pelo ministro Ricardo Lewandowski, o PT defendeu a “adoção de um cronograma que viabilize a cobertura vacinal adequada de toda a população infantil antes da retomada das aulas”. Além disso, solicitou “a previsão de um dia nacional (Dia D) para vacinação, ou a designação de possíveis datas para a realização de grandes mutirões de incentivo e vacinação”.
Da Redação, com Folha de S. Paulo