Enquanto o Brasil tem de lidar com o atraso da vacinação contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos, com resultados preocupantes para a saúde pública e o enfrentamento da pandemia, Cuba mais uma vez dá exemplo de como implementar com sucesso uma campanha de imunização. Especialistas apontam que a antecipação da vacinação infantil, somada a uma ampla cobertura da população adulta, foram decisivas para o êxito da estratégia de contenção da variante Ômicron na ilha caribenha. Cuba vacinou totalmente 1,8 milhão de crianças e jovens entre 2 e 18 anos, o que corresponde a mais de 96% da faixa etária. Tudo sem efeitos colaterais graves reportados.
Segundo a publicação Granma, órgão oficial do Partido Comunista, até o dia 13 de fevereiro, mais de quatro milhões de doses da vacina Abdala, a primeira concebida e produzida na América Latina e no Caribe, foram aplicadas em crianças e adolescentes em Cuba e na Nicarágua. Ainda de acordo com a publicação, os testes mostraram um aumento anticorpos de 99,15% em crianças entre três e 11 anos. No grupo entre 12 e 18 anos, a proteção chegou a 92,28%.
Reportagem da Reuters relata que a variante foi detectada em Cuba em dezembro, mas foi mantida sob controle, com o número de contágios caindo em mais de 80% desde o primeiro caso relatado. Já as mortes estacionaram em menos de 10% em relação ao pico dos contágios.
“Parece que a Ômicron não terá nem de longe o impacto que a Delta teve em Cuba, ou mesmo o impacto que está causando em outros países, nem exercerá a pressão sobre o sistema hospitalar como em outros países”, declarou o virologista Perez Riverol à agência de notícias.
A reportagem da Reuters destaca ainda que Cuba “desenvolveu suas próprias vacinas contra a Covid e se tornou o primeiro país do mundo a iniciar a vacinação em massa de crianças a partir dos 2 anos”.
Para o presidente da empresa farmacêutica estatal BioCubaFarma, Eduardo Martínez, Cuba tem se destacado em sua campanha na luta contra a Ômicron. “Em outras partes do mundo, o vírus está circulando mais na população pediátrica, mas isso não está acontecendo em Cuba”, constatou.
Da Redação, com Reuters e Granma