A CPI de Brumadinho da Câmara dos Deputados aprovou, na tarde desta terça-feira (4), requerimento para a quebra de sigilo de informações do ex-presidente da Vale Fabio Schvartsman. O expediente aprovado determina a quebra de sigilo bancário, fiscal, telefônico e de e-mail do executivo, que comandava a mineradora em 25 de janeiro passado, quando ocorreu o rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, resultando em mais de 200 mortes confirmadas e quase 100 corpos ainda desaparecidos.
Na semana passada, Schvartsman obteve, no Supremo Tribunal Federal (STF), habeas corpus que possibilitou seu não-depoimento à CPI da Câmara. A decisão do STF foi recebida pelos membros da CPI como tentativa de impedir os trabalhos da Comissão. “O ex-presidente da Vale está dando todas as indicações de que não quer uma investigação equilibrada e imparcial”, diz o deputado Rogério Correia (PT-MG), relator da CPI de Brumadinho. “Fabio Schvartsman sabe que vamos nos aprofundar no assunto, e isso certamente levará à punição de executivos e ex-executivos da Vale.”
Um dos focos da investigação que vem sendo feita pela CPI em Brasília concentra-se na relação entre a Vale e a empresa alemã Tüv Süd. Segundo o relator Rogério Correia, há vários indícios e até documentos que indicam parceria entre as duas companhias na “fabricação” de laudos que permitiram o funcionamento da barragem em Brumadinho. Os membros da Comissão também acreditam que a Vale e a Tüv Süd estariam ainda agindo em conluio para impedir as apurações.
Na semana passada, integrantes da CPI estiveram na Embaixada da Alemanha, em Brasília, a fim de obter informações sobre a Tüv Süd.
Por PT na Câmara