A CPI do MST – que foi criada com o objetivo claro de criminalizar os movimentos que lutam pela reforma agrária e indiciar lideranças – teve a votação do relatório final adiada, nesta quinta-feira (21). Antes mesmo de o relator, deputado Ricardo Salles (PL-SP), começar a ler o texto, o deputado Nilto Tatto (PT-SP) pediu vista adiando, assim, a votação para o dia 26 de setembro.
“O que a gente vê no relatório é uma discurseira política e ideológica para atacar os movimentos de luta pela Reforma Agrária, mas também atacar as políticas do governo Lula”, afirmou o coordenador da Bancada do PT na CPI, deputado Nilto Tatto.
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Após quatro meses, o que se viu nas audiências e diligências foram práticas e discursos sem embasamento que reforçam preconceitos e criminalizam os movimentos de luta pela terra. Em seu relatório, Ricardo Salles – que é réu em ação que apura exportação ilegal de madeira – chamou os movimentos, em especial o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, de “facções criminosas” e como já era previsto, o texto tenta criminalizar lideranças favoráveis à Reforma Agrária.
Falácias bolsonaristas
Para o deputado Padre João (PT-MG) o documento apresentado pelo deputado bolsonarista é cheio de falácias. “O ‘réulator’, Ricardo Salles, comprova que o bolsonarismo vive no mundo da terra plana. Em uma sessão esvaziada, apresenta um relatório recheado de falácias, doutrinação e mentiras. Não poderia acontecer diferente para uma CPI que nem devia ter acontecido. O MST sai mais forte”.
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“Aquilo que vínhamos denunciando desde a instalação desta CPI do MST se confirmou durante a leitura do relatório hoje: o documento estava pronto antes mesmo de o início das atividades. Um documento raso, cheio de vícios, parcial, que criminaliza o movimento, seus integrantes, ex-ministros e ataca o governo. Lamentável que tenhamos tido dinheiro público e tempo gasto com esse circo, enquanto temos problemas reais para resolver, como a fome e a própria Reforma Agrária”, apontou o deputado Marcon (PT-RS).
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