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Cuba e a Covid-19: 5 vacinas e taxa de letalidade de apenas 0,59%

A experiência cubana de combate ao novo coronavírus foi compartilhada na conferência Cuba pela Vida, realizada pelo Foro de São Paulo

Site do PT

Além de atender a própria população, Cuba enviou médicos a 66 países

“Muitos e diversos têm sido os desafios e lições aprendidas no enfrentamento à Covid-19, que em 2020, rompeu o mundo.” As palavras do ministro da Saúde Pública de Cuba, Dr. Jose Angel Portal Miranda, abriu a conferência virtual Cuba pela Vida, realizada pelo Foro de São Paulo (FSP) na quinta-feira (25).

A campanha defende a paz, a cooperação e a solidariedade como eixos para superar os efeitos trazidos pela pandemia e para o desenvolvimento dos nossos países, além de expor o excelente desempenho que tem tido Cuba no combate à pandemia.

Durante o evento, Miranda compartilhou as estratégias de combate ao coronavírus, as experiências, a prevenção e a antecipação de riscos colocadas em prática na maior ilha caribenha, que possui um sistema de gestão baseado na ciência e na inovação aliadas ao fortalecimento do sistema de saúde. “Salvar vidas é a essência que, há mais de 60 anos, define nossa Revolução”, enfatizou o ministro.

Atualmente, Cuba conta com 11.127 consultórios comunitários, 449 policlínicas, 150 hospitais, 479.623 trabalhadores na saúde e, por cada mil habitantes, há nove médicos disponíveis.

Apesar de a América Latina ser a região mais afetada pela pandemia da Covid-19, com um total de 23.605.223 de casos, Cuba, com população de 11,3 milhões de habitantes, tem 35 mortes por cada milhão de habitantes e taxa de apenas 0,59% de letalidade.

No Brasil — hoje o país mais afetado pela pandemia, com cerca de 12,3 milhões de casos confirmados e mais de 300 mil mortos —, a taxa de letalidade está em 2,5% e foram registradas 1.444 mortes por cada milhão de habitantes, segundo dados do Ministério da Saúde.

Prêmio Nobel

Dr. Miranda explicou que o governo cubano criou um grupo de trabalho com monitoramento diário e acompanhamento da situação epidemiológica para prevenção e controle do novo coronavírus. Foram feitas também análises de comportamentos e adotadas medidas como distanciamento físico e social, isolamento, restrição da mobilidade, fechamento parcial de fronteiras e vigilância ativa do vírus. Entre as medidas tomadas pelo país, que destaca a vontade política como premissa, estão as ações interdisciplinares, comunitárias e intersetoriais.

Além disso, a solidariedade e a colaboração médica internacional de Cuba atendeu 1,2 milhão de pacientes, ofereceu 30 mil profissionais de saúde a 66 nações e disponibilizou 57 brigadas em 40 países. Um dos objetivos da iniciativa, aliás, é fortalecer a campanha do país pelo reconhecimento dos médicos da Brigada Henry Reeve com o Prêmio Nobel da Paz de 2021.

Vacinas criadas

Apesar das dificuldades impostas pelo bloqueio econômico dos Estados Unidos (EUA), Cuba desenvolveu cinco vacinas para tratar a Covid-19: Soberana 01, Soberana 02, Abdala, Soberana Plus e Mambisa. As primeiras doses estão previstas para aplicação a partir de julho.

O investimento em ciência e inovação originou mais de mil projetos, investigações, intervenções, estudos e observações, com 635 publicações relacionadas à doença, 26 testes clínicos e um protocolo médico preventivo e terapêutico. Foram ainda realizados 2,7 milhões de testes, sendo 66.758 positivos para o vírus.

Da Redação, com informações do Foro de São Paulo