No primeiro ato depois da eleição da nova direção Nacional da CUT, no próximo dia 30, em Brasília, em frente à sede do ministério da Economia, os dirigentes vão defender o patrimônio público, a implementação de políticas de geração de emprego e renda e o fortalecimento do diálogo com a sociedade que precisa saber dos prejuízos que o programa de privatização do governo de Jair Bolsonaro (PSL) representa para o Brasil e para os brasileiros.
“A classe trabalhadora tem uma missão importante de não permitir a destruição da soberania e não permitir a entrega dos direitos duramente conquistados”, disse o presidente da CUT, Sérgio Nobre, ao convocar para a mobilização em Brasília os trabalhadores e trabalhadores que foram a Avenida Paulista para o ato em defesa da liberdade do ex-presidente Lula no domingo (13).
A mobilização do dia 30 foi aprovada no 13° Congresso Nacional da CUT na semana passada, mas “queremos chamar todos e todos para que estejam presentes nessa luta”, disse. “Queremos conversar com as demais centrais e movimentos sociais para ocuparmos as ruas de Brasília contra as políticas de Paulo Guedes e Bolsonaro, para defender a Petrobras e a Amazônia que são patrimônios do povo brasileiro e não deles”, afirmou Nobre.
Enquanto o mundo reestatiza, Brasil privatiza
Na contramão do mundo, que entre 2000 e 2017 reestatizou pelo menos 884 empresas de um total de 835 privatizadas que aumentaram os preços e ofereceram um serviço de má qualidade à população, o governo Bolsonaro anunciou que vai vender ou extinguir 17 empresas públicas, como Correios, Telebras, Eletrobras, CBT e EBC. A Petrobras não está na lista divulgada, mas o ministro já falou que vai privatizar a principal estatal do país. O Sindicato dos Petroleiros da Bahia denunciou que a Petrobras vai encerrar as atividades em todo o Nordeste, a começar pela sede da empresa em Salvador. Os bancos públicos – Caixa e Banco do Brasil – também estão na mira dos privatistas.
Destruição do país e a resistência
Para o presidente da CUT, o projeto da direita para fraudar a eleição em 2018, eleger um presidente de extrema-direita e implementar a proposta neoliberal de arrocho social, trabalhista e previdenciário e acelerar o programa de privatização, que teve início no governo do ilegítimo Michel Temer (MDB-SP), começou com o golpe de 2016 que destituiu a presidenta Dilma Rousseff e culminou com a prisão injusta do ex-presidente de Lula.
“A Lava Jato, que a gente já denunciava desde o início, a pretexto do combate à corrupção, tinha um projeto político e um projeto de poder. Para consolidar o seu projeto tinha que prender o presidente Lula e as denúncias do ‘Intercept Brasil’ mostram de forma clara o que eles queriam na verdade”, disse Sergio Nobre.
De acordo com o dirigente, “eles ficaram à vontade para colocar o projeto político deles em prática, privatizar a Embraer, destruir o setor da construção civil, as universidades brasileiras, a pesquisa, a ciência, os direitos trabalhistas e previdenciários e, como se não bastasse, ainda querem a privatização da Petrobras e do Pré-Sal”.
Trecho da resolução do 13º Concut que propôs a mobilização do dia 30, ressalta justamente a defesa do patrimônio que pertence aos brasileiros e brasileiras. ”O patrimônio nacional, os recursos naturais e os serviços públicos representam parte das riquezas do nosso país e os trabalhadores não aceitarão o desmonte, a mercantilização e a privatização destas importantes conquistas do povo brasileiro”.
O documento reforça ainda a necessidade de fortalecimento da unidade das trabalhadoras e dos trabalhadores para lutar contra os ataques aos direitos e intensificar o debate com a sociedade sobre a importância da defesa das empresas públicas, das estatais e dos serviços públicos, mostrando que, enquanto o mundo se arrepende das vendas, o Brasil prepara uma liquidação.
Por CUT