O povo não concorda com as principais propostas de Jair Bolsonaro (PSL) e Sérgio Moro para a segurança pública. Pesquisa do Instituto DataFolha mostrou, nesta quinta-feira (11), que a maioria dos brasileiros rejeita o pacote de leis apresentado pelo ministro da Justiça no Congresso.
Para 81% dos entrevistados, a polícia não pode ter liberdade para atirar em suspeitos porque pode atingir inocentes, algo que sempre foi incentivado por Bolsonaro e pelo ex-juiz, que disse, na quarta-feira (10), que crimes como o fuzilamento do músico no Rio de Janeiro, por militares, “é algo que pode acontecer”.
A pesquisa revelou ainda que 64% da população acredita que a posse de armas deve ser proibida, o que também é uma bandeira de campanha de Jair, apoiada por Moro. O DataFolha também constatou que 72% dos brasileiros afirmam que a sociedade não fica mais segura com pessoas armadas para se proteger.
Para 81% dos entrevistados, a polícia não pode ter liberdade para atirar em suspeitos porque pode atingir inocentes – DataFolha
É válido ressaltar que a pesquisa foi a campo nos dias 2 e 3 abril, uma semana antes do músico Evaldo Rosa ser fuzilado, com 80 tiros, por militares do Exército, no domingo (7). Ele foi morto enquanto levava consigo a mulher, o filho, o sogro e uma amiga da família para um chá de bebê, no bairro Guadalupe, na zona oeste do RJ.
População rejeita ‘retaguarda jurídica’ para policiais
A população também defendeu (79%) que os policiais e agentes dos estado que matam devem ser investigados e que quem atira em alguém por estar muito nervoso deve ser punido (82%). As duas constatação contrariam o discurso e propostas de Bolsonaro e Moro, que acreditam que é necessário ampliar os casos de excludente de ilicitude, que amplia as previsões do que seria legítima defesa.
O texto do projeto de Moro propõe permitir que o juiz deixe de aplicar a pena, a um policial ou agente do estado, por excesso de legítima defesa caso o crime tenha sido cometido em decorrência de “escusável medo, surpresa ou violenta emoção”.
A proposta de liberar o posse de armas para a população em geral também não é respaldada. A ideia de proibir o acesso à armas, porque representam ameaça à vida, é alta entre as mulheres (74%). Jovens de 16 a 24 anos (69%) e pessoas com renda de até 2 salários mínimos (72%) também são maioria no grupo que não concorda com a liberação de armas de fogo.
Uma parcela expressivamente maior também avalia que a polícia não pode ter liberdade para atirar em suspeitos porque pode atingir inocentes (81%), que policiais que matam devem ser investigados (79%) e que quem atira em alguém por estar muito nervoso deve ser punido (82%).
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Folha de S. Paulo