O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), subiu em todas as pesquisas de intenção de voto e está mais próximo do segundo turno. No último debate antes da eleição, realizado na noite desta quinta-feira (29), na “Rede Globo”, os adversário de Haddad, com medo do confronto, evitaram fazer perguntas direcionadas a ele. E, por outro lado, passaram recibo o tempo todo, colocando o candidato à reeleição como alvo de praticamente todas as questões e discussões entre eles.
“Você sabe o número que leva o benefício para a periferia. Este número é 13”, afirmou Haddad em sua despedida dos eleitores. “Vamos surpreender muitas pessoas no domingo”, reforçou.
Para o prefeito, o que está em jogo são dois projetos em disputa – um privatista, que quer vender a cidade, dos cemitérios aos parques, ciclovias e corredores de ônibus – e outro que enxerga a cidade como um bem do povo, fazendo investimentos para separar a distância entre o centro e a periferia.
Haddad, gestão da mobilidade
Trânsito de São Paulo foi um dos principais assuntos discutido entre os candidatos. Os adversários continuam ignorando que o número de acidentes fatais caiu na cidade por conta da redução da velocidade nas vias e prometem retroceder.
“São Paulo tem o plano de mobilidade urbana mais avançado do mundo e o que mais salva vidas”, reforçou o prefeito.
A diminuição do limite máximo de velocidade para 50 quilômetros por hora é uma solução mundial recomendada pelas Nações Unidas e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “Se São Paulo aumentar os limites de velocidade, será um retrocesso”, afirmou. “Isto é no mundo inteiro. A demagogia que Marta, Doria e Russomano fazem é indigna e irresponsável. A caça ao voto não pode estar acima da sua vida, da vida do seu filho”, disse Haddad.
Nos últimos 12 meses, foram 315 mortes a menos e 10 mil feridos a menos. “Destas 300 vidas, boa parte é de motociclistas. Não vemos mais, naquela quantidade absurda, corpos estirados no asfalto de São Paulo, mutilados, este número está caindo e tem que cair mais, com responsabilidade e não subindo a velocidade e ganhando votos fáceis”.
Indústria da multa não existe
Apesar de os dados indicarem que a redução da velocidade nas marginais diminuiu 20% das mortes da cidade – 315 pessoas deixaram de morrer entre 2015 e 2016 graças a esta medida, Celso Russomano (PRB) e João Doria (PSDB) afirmaram que vão aumentar os limites. Para eles, trata-se da “indústria da multa”.
Em São Paulo, já está provado que indústria da multa não existe. Primeiro, porque todos os radares estão sinalizados, com localização disponível na internet. Em segundo lugar, porque a arrecadação é usada somente em investimentos no trânsito.
“Temos que fiscalizar, impedir que as pessoas usem a velocidade, moto ou carro como uma arma. A recomendação da ONU é diminuir em 50% o número de mortos e isto já está acontecendo. Vamos colocar a vida em primeiro lugar. São Paulo é mais que a demagogia barata”, disse o prefeito.
No debate, a primeira pergunta de Haddad foi para Russomano: o que ele faria pela mobilidade urbana, se fosse eleito. O candidato não respondeu que propostas tem para a cidade e tentou criticar a atual gestão, sem saber o que já foi feito.
“Celso, você está desinformado. Fizemos 410 quilômetros de faixas exclusivas para ônibus, como nunca se fez. A população ganhou 4 horas por semana em média. Além disso, o passe livre para estudante, beneficiando 730 mil estudantes que deixaram de pagar. Fizemos mais para os idosos que, a partir dos 60 anos, pararam de pagar”, afirmou.
#ViradaHaddad13
No Twitter, a hashtag #ViradaHaddad13 foi o assunto mais comentado do Brasil e do mundo durante o debate.
Veja:
Combate à corrupção
Como Haddad enfrenta a corrupção foi outro assunto do debate. Ele foi o primeiro prefeito de São Paulo a criar uma Controladoria – órgão com autonomia para investigar qualquer suspeita de irregularidade. Seu foco é prevenir a corrupção e promover a transparência. “De forma pioneira, criamos a Controladoria Geral do Município, com autonomia plena, para combater a corrupção”.
Em três anos e quatro meses de gestão, a cidade de São Paulo recuperou aos cofres públicos cerca de R$ 278 milhões em ações combinadas de combate à corrupção. As ações se referem à atuação da Máfia do ISS e da Operação Urbana Água Espraiada.
Da Redação da Agência PT de Notícias