No final de semana, o jornal ‘The New York Times’ fez dura cobrança ao presidente Donald Trump, acusando-o de ter ignorado os alertas feitos por especialistas sobre a iminência da pandemia no país. De acordo com o jornal, por conta disso, os Estados Unidos demoraram a organizar a população para enfrentar a invasão do novo coronavírus em seu território. O resultado da politica negacionista de Trump transformou os Estados Unidos no infeliz campeão mundial de contaminação e mortes.
Flagrado pela velocidade do novo coronavírus, e sem preparar a estrutura sanitária do país, o presidente Trump apelou à pirataria internacional para obter os equipamentos necessários. Em 3 de abril, encomendas de material médico feitas junto à China por governos da Alemanha, da França e do Brasil foram retidas em diferentes pontos do mundo. Autoridades alemãs acusaram os Estados Unidos de confiscarem um carregamento de 200 mil máscaras destinadas à polícia do governo de Angela Merkel. Sob a ameaça do “aliado”, o Brasil enfrenta dificuldades neste momento para trazer em segurança os equipamentos comprados da China.
A Administração Trump não fez questão de esconder a derivação de sua política do American First – A América Primeiro – para orientar a atuação do país na crise global. Em pronunciamento, Donald Trump disse “não querer outros (países) conseguindo os equipamentos”, contrariando o espírito de solidariedade internacional. Com isso, os Estados Unidos frustraram a expectativa de boa parte de lideranças e povos do mundo, e colocaram em dúvida sua posição de liderança global.
O afastamento dos EUA do esforço de integração mundial para salvar vidas foi criticado pelo Partido dos Trabalhadores, em resolução aprovada pelo Diretório Nacional, em 9 de abril. “Os Estados Unidos não se importam em prejudicar outros países como Alemanha, França e Brasil com o desvio de equipamentos hospitalares utilizados no combate a Covid-19”, criticou.
No final de semana, o Grupo de Puebla – organização que reúne o presidente da Argentina Alberto Fernández e os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff, Fernando Lugo e Rafael Correia, conclamou a integração entre governos e a cooperação para combater a pandemia.
“Nos momentos mais difíceis, os verdadeiros líderes vêm à tona”, disse o analista argentino em política internacional Alejandro Laurnagaray, ao site Sputnik. De acordo com a atuação dos governos, a pandemia da Covid-19 vai mudar o cenário da geopolítica mundial. Em contraponto aos Estados Unidos, China, Rússia e Cuba, entre outros países, prestam ajuda a cerca de 90 nações com equipamentos, médicos e produtos farmacêuticos.