Para ‘Economist’, Bolsonaro sabota a saúde dos brasileiros

A tradicional revista inglesa avalia que o presidente do Brasil é caso raro dos chefes de Estado do mundo a fazer pouco caso do Covid-19. “Ele associou a retórica desafiadora à sabotagem ativa da saúde pública”, critica

Lo Colet/The Economist

Bolsonaro na edição da 'Economist': "Bolsonaro associou a retórica desafiadora à sabotagem ativa da saúde pública"

A cada semana, o Brasil se torna um anão no tabuleiro das nações que atuam no mundo, perdendo protagonismo internacional e passando a ser visto como um Estado governado por um chefe de governo bizarro e histriônico. Todos os dias, jornais na Europa, Ásia e América se surpreendem com o comportamento perigoso do presidente Jair Bolsonaro. Neste fim de semana, as críticas partem da revista inglesa The Economist, que analisa as últimas medidas adotadas pelo líder brasileiro.

Na edição que começou a circular na tarde de quinta-feira (9), a Economist traz artigo na seção ‘Bello’, apontando que Bolsonaro está se isolando de maneira perigosa e que sua imprudência diante da pandemia do coronavírus está custando caro aos brasileiros. A revista avalia que o desprezo do presidente do Brasil pelo Covid-19 poderá assombrá-lo mais à frente. “O dano é imediato e óbvio: Bolsonaro associou a retórica desafiadora à sabotagem ativa da saúde pública”, destaca a revista.

A Economist relata que os governadores dos estados mais importantes do Brasil impuseram o isolamento social como forma de deter o coronavírus, mas que o presidente da República não apenas zomba da iniciativa como incentiva os brasileiros a romper o confinamento. “Um homem que teme a traição e tem uma necessidade perpétua de provocar, Bolsonaro foi recebido com abraços e selfies em apoio a uma manifestação sua contra o Congresso em 15 de março”, cita a revista. 

A revista aponta que mesmo para seus próprios padrões, “a violação de Bolsonaro de seu dever principal de proteger vidas foi longe demais”. A reportagem diz que grande parte do governo trata o presidente como “um parente difícil que mostra sinais de insanidade”. 

O artigo trata dos radicais que ainda apoiam o presidente, cuja popularidade cai semanalmente. “Bolsonaro é apoiado por um pequeno círculo de fanáticos ideológicos que incluem seus três filhos, pela fé de muitos protestantes evangélicos e pela falta de informações sobre o Covid-19 entre alguns brasileiros”, aponta a revista. “Os dois últimos fatores podem mudar à medida que o vírus atinge seu pico fatal nos próximos meses”. 

A Economist ressalta que, até 8 de abril, o Brasil registrou 14.049 casos confirmados e contabilizou 688 mortos. “O presidente pode não ser capaz de se colocar em quarentena com medo do impacto econômico”, observa. “Por sua imprudência com a vida dos brasileiros, Bolsonaro força a possibilidade de sua própria saída para a agenda política”.

 

Da Redação

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