Dois anos após a concretização do impeachment de Dilma Rousseff (em 31 de agosto de 2016), a marca mais forte do governo que emergiu do golpe é a corrupção. E isso não é discurso de petista: a percepção é constatada pela maioria da população e confirmada em pesquisas de opinião — as mesmas que jamais apontaram mais do que 5% de aprovação para Michel Temer desde que ele passou a ocupar o Planalto.
No outro lado da História, Dilma Rousseff vem tendo sua inocência e idoneidade confirmada em todos os fóruns e instâncias em que as acusações que serviram de pretexto para seu afastamento do cargo são analisadas.
O Judiciário já confirmou que a presidenta legítima não cometeu as tais pedaladas fiscais que fundamentaram o impeachment, o Tribunal de Contas da União concluiu que ela não cometeu qualquer irregularidade na compra da refinaria de Pasadena, a Polícia Federal chegou à conclusão de que não ela não obstruiu a Justiça nem tentou atrapalhar as apurações da Lava Jato e o Ministério Público Federal admitiu que ela jamais foi dona de depósitos bancários no exterior.
Enquanto isso, Michel Temer tem a imagem cada vez mais ligada à corrupção. Em abril deste ano, uma pesquisa feita pelo Ibope a pedido da Confederação Nacional da Indústria revelou que irregularidades são a primeira coisa que 23% da população associam ao ocupante do Planalto. Outros 7% o associam às malas de dinheiro encontradas em um apartamento ligado a seu ex-ministro Geddel Vieira Lima e outros 4% lembram imediatamente das denúncias feitas pelos Joesley e Wesley Batista.
Acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de obstrução da Justiça, formação de organização criminosa e corrupção passiva, Temer, por duas vezes, conseguiu que a maioria da Câmara dos Deputados o livrasse de ser processado — em operações que só geraram mais escândalos e denúncias, já que o ocupante da Presidência é suspeito de comprar o voto de deputados por meio de emendas parlamentares e distribuição de cargos.
Em 31 de agosto de 2016, “os senadores que votaram pelo impeachment escolheram rasgar a Constituição Federal”, interrompendo o mandato de uma presidenta que não cometeu crime de responsabilidade, como frisou Dilma naquela data, um pouco antes de deixar o Palácio da Alvorada após a votação de seu afastamento definitivo.
Já naquela ocasião, a presidenta em segundo mandato—conquistado com 54 milhões de votos —apontava que a liderança do impeachment tinha sido exercida por “políticos que buscam desesperadamente escapar do braço da Justiça”. A História cada vez mais dá razão a Dilma Rousseff.
Por PT no Senado