Com mais de 30 decretos e atos normativos que estimulam o número de armas no Brasil, Bolsonaro é responsável pelo acréscimo de mais de 22 mil novas armas de caça, como a que matou os ativistas Bruno e Dom, no país em apenas quatro anos. Em seis anos, o número de registros de armas de fogo aumentou 24 vezes, somando atualmente 257 mil entre caçadores, atiradores e colecionadores de armas de fogo.
Os dados foram levantados pelo UOL de acordo com o a expedição de certificados de registro de arma de fogo do Exército (CRAFs).
A pesquisa aponta que no governo de Bolsonaro, entre 2019 e 2021, foram registradas 51.117 armas de caçadores — 44,8% a mais que a soma de todos os registros feitos (35.308) nos 16 anos anteriores, que incluem os governos de Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer.
Na gestão de Bolsonaro, em apenas três anos, o número de novas armas de caça registradas por ano quase quadruplicou: passou de 7,6 mil em dezembro de 2018 para 29,5 mil no mesmo mês do ano passado.
Os cinco principais tipos de armas registradas pelos caçadores são espingardas, revólveres, fuzis, pistolas e carabinas, que respondem por mais de 95% do acervo no país.
Além do aumento de armas, o número de registros de novos caçadores cresceu exponencialmente, passando de 27 mil, em 2018, para 138 mil, em 2021.
Caça é proibida no Brasil desde 1967
Vale lembrar que a caça de animais silvestres no Brasil é proibida por lei desde 1967. A Lei ° 5197/67, de 3 de janeiro de 1967, proíbe a utilização, perseguição ou caça de espécies da fauna silvestre em terras de domínio privado, inclusive o exercício da caça profissional.
Mesmo assim, Bolsonaro facilita o acesso às armas e promove, com a fachada ilegal do uso de armas para a caça, o assassinato de pessoas como foi o caso do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira. Segundo perícia da Polícia Federal, o exame médico-legal indicou que a morte dos ativistas foi causada por disparo de arma de fogo com munição típica de caça.
Aumento no número de mortes violentas
Recentemente, a imprensa brasileira divulgou situações que, antes de Bolsonaro flexibilizar e estimular o acesso a armas de fogo e munições no Brasil, não eram tão comuns. A violência com o porte amador de revólveres aumentou no país.
O discurso de ódio disseminado por Jair Bolsonaro resultou no aumento em 35% no número de “mortes violentas por causa indeterminada” (MVCI) no Brasil, com alta de 12.310 para 16.648, entre 2018 e 2019. O alerta é do Atlas da Violência 2021, divulgado em setembro do ano passado.
Da Redação, com informações do UOL