O anúncio do crescimento de 0,8% do PIB no primeiro trimestre de 2024, que resultou em alta acumulada de 2,5% nos quatro trimestres encerrados em março, levou o Brasil a subir da nona para a oitava posição no ranking das maiores economias do mundo, do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Conforme projeção do Fundo, feita com base em dados da agência Austin Rating, o Brasil ultrapassa a Itália e tem previsão de registrar um crescimento econômico de 2,2% neste ano, com um PIB de US$ 2,331 trilhões. Além disso, deve se manter nessa colocação no ranking até 2029, último ano para o qual o Fundo traça projeções.
O Brasil foi a sétima maior economia do mundo entre 2010 e 2014, durante os governos do PT. Em 2022, despencou para a 11ª.
O presidente Lula usou a rede social X para celebrar mais esse avanço na economia. “O PIB avançou no primeiro trimestre deste ano puxado por maior consumo das famílias e serviços. Outra boa notícia é que, segundo a previsão do FMI, o Brasil subirá mais uma posição chegando a 8º PIB mundial. Mais uma prova de que estamos no rumo certo”, disse.
Haddad mantém meta de 2,5%
“É um PIB que veio forte, conforme a previsão da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Veio exatamente igual à previsão que nós tínhamos, de 0,8%. Nós continuamos mantendo a previsão de crescimento para o ano na casa de 2,5%”, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista coletiva, na terça-feira, após reunião com o ministro de Finanças da Espanha, Carlos Cuerpo.
“Aliás, a maioria das casas está revendo o PIB brasileiro para cima. Nós inicialmente imaginamos um PIB de 2,2%, já refizemos as contas para 2,5%, com ainda uma pequena incerteza, que é o impacto do ocorrido no Rio Grande do Sul sobre o crescimento econômico e sobre as contas nacional”, acrescentou Haddad.
Confiança no Brasil
O retorno do Brasil ao grupo das oito maiores economias do mundo era aguardado para o ano que vem, mas o governo federal acabou por antecipar o resultado. O presidente Lula havia repetido, em diferentes ocasiões, que a economia brasileira iria surpreender. No último dia 29 de maio, ao anunciar novas medidas de apoio ao Rio Grande do Sul, Lula voltou a vaticinar: “Eu sou teimoso em dizer que quem duvidar que a economia brasileira vai crescer vai quebrar a cara no final do ano”.
A história, se confirmada a trajetória ascendente no segundo semestre, vai repetir o ano passado, quando as previsões mais otimistas de consultorias e futurólogos ligados ao mercado posicionavam o Brasil abaixo de 1,5% de crescimento. Haddad repetiu em diversas ocasiões que apostava em crescimento “próximo à casa dos 2%”. Ao final de 2023, o Brasil registrou crescimento de 2,9% do PIB.
Caminho pavimentado
O anúncio do PIB positivo no primeiro trimestre de 2024, feito pelo IBGE na terça-feira, sucede e confirma outros resultados positivos que a atividade econômica vem registrando desde o início do ano. O aumento do nível de emprego – especialmente formal – e da renda média da população indicavam que o PIB reagiria bem.
Em 29 de maio, o resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua mostrou que a população ocupada chegou a 100,8 milhões. Segundo o IBGE, o contingente cresceu 2,8% na comparação anual, o que equivale a mais 2,8 milhões de postos de trabalho frente ao mesmo trimestre móvel de 2023.
Com isso, o número de trabalhadores com carteira assinada chegou a 38,188 milhões, um recorde da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. Da mesma forma, o contingente de trabalhadores sem carteira também foi recorde, chegando a 13,5 milhões.
Outra medida da evolução do mercado de trabalho, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que registra os empregos com carteira assinada, recentemente confirmou a boa fase da economia. Com a criação de mais de 240 mil empregos formais em abril, o governo Lula gerou, desde janeiro de 2023, mais de 2,2 milhões de vagas com carteira de trabalho.
A renda média dos trabalhadores, estagnada há aproximadamente dez anos, também ganhou fôlego no Governo Lula. Em 2023, cresceu 6,6% em um ano, e a massa salarial atingiu recorde histórico. O rendimento médio das pessoas ocupadas teve alta de 1,5% no trimestre e de 4% na comparação anual.
Outros indicadores positivos têm pavimentado o caminho. O rendimento médio das famílias – incluindo renda de emprego, outras fontes e também programas sociais – bateu recorde em 2023. O rendimento médio mensal real domiciliar per capita chegou ao maior valor da série histórica da pesquisa: R$ 1.848, com alta de 11,5% ante 2022. Em relação a 2019 (R$ 1.744), ano que anteriormente havia registrado o valor máximo da série histórica, a elevação foi de 6,0%.
Em 12 de abril, quando participou de inauguração da nova sede da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e comemorou anúncio de novos investimentos da ordem de R$ 125 bilhões pelo setor, Lula afirmou: “O país está pronto para se tornar uma potência. E não há hipótese de o governo não estar disposto a fazer o que for necessário para o país voltar a crescer, gerar mais empregos e mais renda. Este país pode virar uma grande potência econômica”.
Da Redação, com Agêncica Gov