Na manhã desta segunda (29), diversos movimentos sociais, lideranças políticas e defensores da democracia foram à Praça do Ferreira, no centro de Fortaleza (CE), para apoiar Dilma Rousseff. Ao mesmo tempo, em Brasília (DF), a presidenta eleita discursava no Senado Federal referente ao processo de impeachment do qual é vítima.
Muitos se concentraram em frente a uma tela que transmitia o discurso da presidenta eleita. Entre eles, estava o médico Manoel Fonseca, do grupo Médicos Pela Democracia.
“É fundamental a resistência em defesa da democracia. O que está acontecendo é um golpe contra a democracia e contra uma presidenta eleita legitimamente, que defende os interesses da população. Por isso estão dando o golpe. Não querem que a população tenha o mínimo de dignidade”.
Ele explica que, apesar de “lamentavelmente as entidades médicas terem aderido ao golpe”, muitos médicos resolveram se reunir para sair em defesa da democracia, do Sistema Único de Saúde (SUS) e de uma sociedade mais justa.
Para Rogério Chaves, o Babau, do Levante Popular da Juventude, o governo golpista de Michel Temer, mesmo sem ter assumido de fato, já está fazendo medidas de retrocesso contra a classe trabalhadora e contra a população mais pobre com cortes na educação, na saúde e nos direitos trabalhistas.
Ele explica, ainda, que o golpe será ainda mais duro à população mais pobre.
“A periferia e a juventude negra vão sofrer ainda mais com os políticos reacionários chegando ao poder. Sabemos que o fuzil já está apontado para a periferia e para o povo negro. Com certeza, esse fuzil será trocado por uma ponto 50. As mortes na periferia vão aumentar ainda mais”.
A vice-presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas do Ceará (Ubes-CE), Vanessa Oliveira, afirma que o governo golpista já mostrou os retrocessos em tão pouco tempo no poder. Para ela, os retrocessos na educação estão muito evidentes.
“Já há cortes de 45% nas universidades federais. Para os estudantes secundaristas, a lei da mordaça, do “escola sem partido”, quer criminalizar os jovens por debater política e abrir os olhos aos retrocessos que o Brasil está vivendo”.
Para a professora e participante da União Brasileira de Mulheres (UBM) Jaira Rocha, a importância de apoiar a democracia é a manutenção dos direitos conquistados nos últimos anos.
“Temos que lutar pelos direitos que tanto lutamos e conquistamos. Lamento o que o País está passando neste momento. Precisamos salvar os nossos direitos sociais. Com Dilma e Lula, houve a valorização dos negros, das mulheres, da diversidade. Nós não podemos abrir mão disso tão fácil”.
Por Bruno Hoffmann, de Fortaleza, para a Agência PT de Notícias