Partido dos Trabalhadores

Em Porto Alegre, juventude toma as ruas contra o golpe

Mesmo com chuva, manifestantes caminharam pelo centro da capital gaúcha pedindo a saída de Michel Temer e a volta da presidenta Dilma Rousseff

Protesto contra o golpe em Porto Alegre (RS)

Mesmo sob forte chuva, cerca de 500 pessoas saíram, na noite desta terça-feira (30), às ruas de Porto Alegre (RS) para manifestar contra o golpe em curso contra a democracia e contra a presidenta Dilma Rousseff. O protesto foi organizado pelo grupo Fora da Ordem e reuniu, sobretudo, jovens e estudantes.

O ponto de partida foi a Esquina Democrática, no cruzamento das ruas Borges de Medeiros com a Rua dos Andradas. O local foi palco de manifestações históricas durante a ditadura militar e é um lugar consagrado da luta pela democracia na capital gaúcha. Na segunda-feira (29), havia sido realizada outra manifestação contra o golpe na cidade.

“Marcamos o ato bem de uma hora para outra mesmo por ver a indignação das pessoas sobre o que está acontecendo no Senado”, afirmou Luiza, uma das organizadoras. Segundo ela, novos atos podem ser marcados, caso a mobilização continue a crescer. “Pelo nosso coletivo, faremos ato derrubar esse golpe, mas sozinhos não conseguimos nada, tudo depende da mobilização.

No ato, jovens demonstraram sua indignação contra o processo ilegítimo de impeachment contra Dilma e afirmaram estar dispostos a permanecer na rua contra o golpe e contra o governo golpista de Michel Temer.

“Temos que apoiar a democracia. O julgamento no Senado é uma palhaçada. Eles não se importam conosco”, afirmou Giovana. Para Vitória, a motivação para sair de casa em meio à chuva e se manifestar foram os depoimentos dos senadores golpistas. “O que me motivou foi passar a tarde inteira vendo ataques gratuitos contra a Dilma. E ela se sente apoiada pelas mulheres. Esse golpe é misógino”, afirmou.

Com guarda-chuvas em mãos, os manifestantes caminharam pelas ruas e avenidas do centro de Porto Alegre gritando “Fora Temer”.  Nesta terça, o Senado recebeu a acusação e a defesa da presidenta Dilma Rousseff (PT). Durante sua fala, o advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo, desmontou a farsa do impeachment, e demonstrou porque Dilma não cometeu crime de responsabilidade. A votação final está prevista para a quarta-feira (31).

Felipe, 19, afirmou que, se Dilma sair, o governo Temer continuará com o desmonte das políticas sociais que já vem ocorrendo em sua interinidade. “Eu, como pessoa da comunidade LGBT, vou sofrer muito com isso”, disse ele.

Marcelo, 34, afirmou que nunca imaginou que fosse passar por esse ataque à democracia. “Só o povo na rua pode tentar impedir que isso aconteça. Eu vim na maioria das manifestações contra o golpe”. Sobre o discurso de Dilma, o manifestante afirmou ter se emocionado. “la foi corajosa, de enfrentar seus acusadores por mais de dez horas seguidas. Ela demostrou coragem e força e não decepcionou o povo. Infelizmente talvez isso não seja suficiente para barrar o golpe”, disse.

 

Por Clara Roman, da Agência PT de Notícias