O prefeito e candidato à reeleição em Santo André (SP), Carlos Grana (PT), se diz muito confiante na vitória do segundo turno na cidade da Grande São Paulo. O seu projeto, explica ele, representa o legado dos ex-prefeitos Celso Daniel e João Avamileno. Enquanto isso, lembra Grana, a pauta de seu adversário, Paulo Serra (PSDB), simboliza a PEC 241 e o governo golpista de Michel Temer.
De acordo com o candidato petista, há um ano seria impensável ter Serra como adversário nas eleições municipais. Durante mais de três anos, o tucano foi secretário de Obras e Serviços Públicos da atual gestão. O partido de Serra, à época, era o PSD.
“Paulinho era meu secretário há um ano. Ele decidiu, de forma muito suspeita, se entregar ao projeto do PSDB e ser meu concorrente nas eleições municipais. O seu discurso de que ‘nada funciona em Santo André’ é uma atitude inaceitável. Até pouco tempo atrás era meu secretário”, analisou Grana.
Para o prefeito, a população está começando a perceber quem é Serra, um candidato que se vende como “o novo”, mas que, em 12 anos na política, trocou de partido quatro vezes, sempre em busca de benefícios para sua carreira pública. Grana está filiado ao PT desde 1982.
“Aos poucos, as mentiras estão sendo desvendadas. A cidade está conhecendo melhor o que está em jogo nos dois projetos. Não tenho dúvidas de que, no dia 30, a cidade vai dar sua resposta”.
Defesa da água
Há décadas, há uma disputa na cidade entre a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e o Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André (Semasa), a companhia municipal de abastecimento de águas.
Grana resistiu às investidas do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que quer criar um monopólio da Sabesp na cidade. O prefeito abriu uma ação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para evitar o monopólio com o fim da companhia municipal.
“Nós não abriremos mão do Semasa. O Semasa não é apenas uma empresa de distribuição de água. Ele também cuida da coleta dos resíduos sólidos, é responsável pelas licenças ambientais, é uma empresa de altíssima capacidade para ajudar a gerir a nossa cidade”.
De acordo com Grana, por causa da ação, a Sabesp, em represália, diminuiu a disponibilidade de água para o município durante a crise hídrica que o estado passou nos últimos anos.
“Mesmo depois da crise continuaram a boicotar Santo André. Só retornou à normalidade depois de muita pressão sobre a Sabesp”.
Resistência à PEC 241
Para o candidato à reeleição, a vitória petista na cidade representaria uma resistência contra o governo entreguista e de pauta negativa aos trabalhadores de Temer. “Continuar no governo de Santo André é criar um polo de resistência às políticas de redução de direitos promovidas pelo governo golpista de Michel Temer com o apoio do PSDB”, afirma.
Santo André, em sua avaliação, é um símbolo tradicional da luta dos trabalhadores de todo o País. A cidade pode vir a ser um centro de resistência às políticas propostas pela PEC 241.
A chamada PEC da Morte propõe que os investimentos do governo em temas essenciais como saúde, educação, segurança pública e outros só podem ser corrigidos conforme a inflação do ano anterior. Ou seja, ficaria proibido o aumento real de investimentos em diversos setores. Se a proposta para limitar gastos públicos já fosse válida há 20 anos, o salário mínimo, hoje de R$ 880, seria de R$ 400, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
“Continuar governando Santo André é esperança. Não só para os andreenses. Mas é esperança para todo o povo brasileiro”.
Por Bruno Hoffmann, para a Agência PT de Notícias