Ex-prefeito de Vitória, o petista João Coser está ampliando os apoios à sua candidatura para voltar à administração da capital do Espírito Santo neste segundo turno. Ele enfrenta o candidato bolsonarista Lorenzo Pazolini (Republicanos), um delegado de polícia que alcançou cadeira na Assembleia Legislativa do Estado em 2014 e agrega em torno de si todas as forças conservadoras – incluindo o PSDB – e neofascistas do estado, contando com o apoio explícito do Palácio do Planalto no primeiro turno. Coser chegou pouco atrás no primeiro turno e obteve 37.373 votos. O adversário, que amealhou 30% da preferência dos eleitores do município, saiu na frente, mas é despreparado e vai perder a eleição.
O desafio de Coser é reforçar a candidatura e mostrar que atua fazendo a boa política, com a experiência de já ter administrado por duas vezes a capital do Estado. Para isso, ele vem trabalhando para conquistar mais apoios e promovendo alianças políticas de alto nível. E isso começou ainda nesta semana. Coser vem costurando alianças para assegurar a unidade dos progressistas contra o candidato da direita. Ele já obteve o apoio do PC do B e do PSOL capixaba e já conversou com o governador Renato Casagrande (PSB), também adversário político do delegado dublê de deputado. As diferenças entre Coser e Pazolini são aquelas que dividem a civilização da barbárie e ficarão evidentes ao longo dos próximos dez dias de campanha até a eleição do segundo turno, em 29 de novembro.
A plataforma de governo de Coser faz diferença. Seu programa é voltado para atenuar os efeitos da crise econômica sobre a população mais vulnerável da capital do Espírito Santo e apoiar os pequenos negócios, que enfrentam grandes dificuldade, depois da agenda nefasta estabelecida pelo governo Bolsonaro. “O ano de 2021 será desafiador”, disse o petista. “Teremos um grande programa de proteção social e num banco comunitário para financiar os pequenos negócios”. Ele está esperançoso na possibilidade de criar um ambiente político que permita derrotar o bolsonarismo em Vitória. E tem habilidade política para costurar alianças políticas.
Aliança contra o bolsonarismo
“Eu vou trabalhar muito para ouvir as lideranças do estado. Todas as lideranças mais importantes. E também ouvir os partidos e os candidatos que não passaram para o segundo turno”, disse o ex-prefeito, hábil e experiente negociador político. Antes de ser prefeito, Coser foi presidente do Sindicato dos Comerciários do Espírito Santo, da seção capixaba da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e exerceu dois mandatos como deputado federal em Brasília. “A minha intenção é incorporar na candidatura muitos agenciadores políticos, também vereadores eleitos, que são importantes para esse projeto”, explica.
Coser sabe que a eleição é dura e não subestima o adversário. Mas tem consciência de que guarda a melhor proposta para administrar a capital e tem experiência e capacidade para debater um programa de governo baseado em ideias e na participação da sociedade civil. “O primeiro turno é sempre uma eleição difícil porque com tantos candidatos não há como fazer debates, nem confronto de programas e de ideias. Agora, vamos ter oportunidade de apresentar um programa de governo mais detalhado”, disse o candidato petista, que participa do primeiro debate na próxima quarta-feira, 25, a partir das 18h. Ele e Pazolini vão se enfrentar num embate direto.
Ao escolher Coser, o povo de Vitória dará duas lições ao Brasil: elegerá alguém que já foi prefeito duas vezes e sempre mostrou amor pela cidade; e derrotará o candidato que representa o ódio, o fanatismo e o descaso bolsonarista com as vítimas da Covid19
A eleição em Vitória será dura, mas Coser trabalha para acertar uma grande aliança política para enfrentar o delegado bolsonarista, que disparou na reta final das eleições no primeiro turno, e surpreendeu a todos, chegando a 53.014 votos, o que corresponde a 30,95% do universo eleitoral. Pazolini é o retrato do bolsonarismo: estridente, truculento, é adversário da ciência e dos direitos humanos e se comporta de maneira afrontosa.
Um candidato truculento e ameaçador
Em junho deste ano, em meio à pandemia no Espírito Santo, Pazolini tentou invadir junto com outros quatro deputados estaduais da tropa bolsonarista um hospital público na cidade de Serra para “provar a farsa do Covid-19”, estimulado pelo Palácio do Planalto e pelos filhos do presidente da República. Foi contido e está sendo investigado a pedido do governador Renato Casagrande. Mas sua estupidez e falta de discernimento não se limitou apenas a esse episódio patético.
Depois disso, em agosto, numa afronta à Constituição da República, e violando o Estatuto da Criança e do Adolescente, Pazolini engrossou as manifestações da ministra da Mulher e da Família, e tentou evitar que uma menina capixaba de 10 anos, estuprada desde os 6 pelo tio, e que engravidou devido aos abusos, interrompesse a gestação, um direito assegurado pela Constituição Federal.
A presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), acredita que a campanha de Coser nesta reta final vai mostrar ao povo capixaba quem tem a melhor proposta para administrar Vitória. “Vamos vencer o atraso de quem invadiu hospital a mando de Bolsonaro e tentou evitar o aborto legal de uma menina vítima de estupro. O povo não vai permitir o bolsonarismo no comando da cidade”, declarou.
A ex-presidenta Dilma Rousseff já foi às redes sociais para pedir voto ao petista. “Ao escolher Coser, o povo de Vitória dará duas lições ao Brasil: elegerá alguém que já foi prefeito duas vezes e sempre mostrou amor pela cidade; e derrotará o candidato que representa o ódio, o fanatismo e o descaso bolsonarista com as vítimas da Covid19”, disse.
Da Redação