Algo está errado. Contrariando a tradição da política brasileira, um partido chama seus filiados a debater seu futuro e escolher seus dirigentes. Mais de 250 mil atendem ao chamado e, sem serem obrigados, vão às urnas em quase 4 mil municípios em todo o país após intenso processo de debates.
Algo está fora da curva. Esse mesmo partido e sua principal liderança são perseguidos pela mídia em estreita colaboração com o aparato do Estado e, contra todos os prognósticos, começa a retomar a confiança do povo para reassumir seu papel histórico.
Algo está fora da minha compreensão. O Secretário de Formação deste Partido, Carlos Árabe, vai a um dos jornais da mídia monopolizada para dizer o que o jornal quer ouvir. Que a participação de 250 mil filiados no PED é baixa e se deve ao suposto predomínio da corrente majoritária, a CNB. Isso mesmo. De novo Árabe desconsidera os ataques que sofremos e as mudanças nas regras aprovadas pelo Diretório Nacional e empresta sua voz de dirigente nacional para dar legitimidade às análises parciais e antipetistas da grande mídia.
A longuíssima permanência de Árabe na Executiva Nacional talvez tenha afastado o Secretário de Formação Política do sentimento dos milhares de homens e mulheres que formam nosso principal patrimônio, nossa militância. Esse exército de teimosos que não se cansa e não se dobra e que foi às urnas neste 9/4 não para repetir o PED de quatro anos atrás, mas para reafirmar sua crença neste partido que ainda dará muito a este país.
Algo está errado. E não são os milhares que atenderam ao chamado, e sim os que desprezam tamanho esforço.
Por Emidio de Souza, presidente estadual do PT/SP, para a Tribuna de Debates do 6º Congresso. Saiba como participar.