A fim de estimular as mulheres empreendedoras no Brasil, o governo Lula lançou, em 20 de novembro, a Estratégia Nacional de Empreendedorismo Feminino. A nova política visa apoiar mulheres que desejam investir no seu próprio negócio, gerando oportunidades, capacitação, créditos especiais, apoio jurídico, entre outras medidas de incentivo ao empreendedorismo. O público prioritário são mulheres em situação de vulnerabilidade.
A iniciativa terá ações interministeriais, que serão coordenadas pelo Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP), em diálogo com as pastas das Mulheres, Fazenda, Casa Civil, Secretaria-Geral da Presidência da República, entre outras.
Em setembro, o presidente Lula sancionou a Lei nº 14.667, que institui a Semana Nacional do Empreendedorismo Feminino, com o propósito de conscientizar a população brasileira sobre os desafios enfrentados pelas mulheres empreendedoras.
À Agência Gov, a secretária Adjunta da Secretaria Nacional de Juventude da SGPR, Jessy Dayane Santos, conta que a medida veio para estimular as empresas a terem mais mulheres em cargos de gestão, com mais poder decisório, formar e capacitá-las para o mercado de trabalho. “É preciso estimular essas mulheres com medidas que assegurem mais oportunidades e maior igualdade em relação aos homens no mercado de trabalho”, pontuou.
De acordo com a Agência Senado, dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae), revelaram que, apesar de representarem mais da metade da população brasileira, as mulheres ainda são minoria no empreendedorismo. Elas enfrentam obstáculos como falta de acesso a crédito, desigualdade salarial e dificuldade de conciliar a vida profissional com a pessoal.
As empreendedoras, em sua grande maioria, estão no setor de serviços, com destaque para as áreas de beleza e estética, bem-estar, moda e alimentação. Segundo o Sebrae, o Brasil tem mais de 10 milhões de empreendedoras, 34% do total, sendo a maioria das classes C, D e E.
Em artigo publicado Margarete Coelho, diretora de Administração e Finanças do Sebrae, destacou a importância do empreendedorismo na vida das mulheres que são vítimas de violência doméstica: “Ao ser dona do seu próprio dinheiro, a mulher dá os primeiros passos em uma nova direção, com mais força para lutar contra relações tóxicas.”
A publicação revela que informações da 6ª Pesquisa Anual sobre Empreendedorismo Feminino no Brasil, produzida pelo Instituto RME e o Instituto Locomotiva, mostrou que 48% das entrevistadas conseguiram terminar relacionamentos abusivos ao passarem a empreender. O estudo, com dados de 2021, mostrou ainda que 72% das mulheres que atuam no empreendedorismo se dizem total ou parcialmente independentes financeiramente e 81% concordam que empreendedoras têm mais autonomia na vida e, por isso, são mais independentes em suas relações conjugais.
Ao ampliar a discussão para a esfera do trabalho de cuidado, o Sebrae identificou que as mulheres que empreendem dedicam 3,1 horas aos cuidados familiares e 2,9 horas em afazeres domésticos por dia, enquanto os homens gastam 1,6h e 1,5h, respectivamente, com essas atividades.
76% das empreendedoras se sentem mais sobrecarregadas em relação à dupla jornada de trabalho, já entre os homens esse percentual é de 55%. E na hora de deixar de fazer algo para si ou para a empresa para cuidar dos filhos, de idosos e parentes, 61% das mulheres reconhecem que já passaram por essas situações, contra 48% dos homens. Isso evidencia a importância que o empreendedorismo pode exercer na vida das mulheres.
Da Redação do Elas por Elas, com informações de Secretaria-Geral do Presidência, Sebrae, Agência Senado