Neste sábado (16), lideranças populares e sociais do campo e da cidade de todos os continentes participam da segunda edição do 4º Encontro Mundial de Movimentos Populares com o Papa Francisco. O encontro será virtual e terá início às 9 horas (horário de Brasília). O primeiro encontro dos movimentos com o Papa foi realizado no Vaticano, em 2014, um ano depois do Papa Francisco assumir o mais alto posto da Igreja Católica.
De acordo com os participantes, esses encontros são “um espaço de fraternidade que reúne representantes de movimentos populares de todas as latitudes do planeta, de diferentes religiões e culturas. São catadores, recicladores, vendedores ambulantes, costureiros, artesãos, pescadores, camponeses, construtores, mineiros, trabalhadores em empresas recuperadas, todos os tipos de cooperativistas, trabalhadores em ofícios populares, trabalhadores cristãos em vários ofícios e profissões, trabalhadores em bairros e favelas”.
Este quarto encontro foi precedido de uma reunião de trabalho realizada em julho deste ano com representantes de movimentos populares das Américas (Norte, Central e Sul), Europa, África e Ásia. Durante o evento internacional em julho foi discutido o impacto da pandemia de Covid-19 sobre os trabalhadores, principalmente os mais pobres, e os dilemas que a humanidade enfrenta hoje, onde se inclui o que os participantes chamam de os 3Ts: terra, casa e trabalho, que são considerados como três “direitos sagrados” que moldaram os diálogos com Francisco nos três encontros anteriores (no Vaticano, em 2014 e 2016; e em Santa Cruz de la Sierra, em 2015).
“O Papa Francisco é a principal liderança mundial em oposição ao ódio, ao preconceito e à indolência e que tem denunciado o sistema capitalista como sendo o responsável pelo aumento do desemprego, fome e desigualdade social”, afirma Raimundo Bonfim, coordenador nacional da Central de Movimentos Populares
Raimundo Bonfim, coordenador nacional da Central de Movimentos Populares (CMP), um dos participantes que representarão os movimentos populares do Brasil, considera fundamental o encontro com o Papa Francisco diante da situação em que se encontra o país sob o governo de extrema direita de Jair Bolsonaro.
“Será um momento singular, principalmente pela situação política, econômica e social que atravessamos. Uma ótima oportunidade para falarmos sobre a nossa visão de mundo, que comungamos com o Papa Francisco, como conceitos que envolvem paz, solidariedade, justiça social, amor e fraternidade, e que se contrapõem ao que prega o presidente Jair Bolsonaro, que é norteada pelo ódio, preconceito e violência; um governo responsável por 20 milhões de pessoas passando fome e 15 milhões desempregados”, lembra Bomfim.
O coordenador da CMP reafirma a importância do papel do chefe da Igreja Católica frente às injustiças promovidas pelo capitalismo mundial. “O Papa Francisco é a principal liderança mundial em oposição ao ódio, ao preconceito e à indolência e que tem denunciado o sistema capitalista como sendo o responsável pelo aumento do desemprego, fome e desigualdade social”, enfatiza.
Durante o encontro será lançado o documento que foi construído a partir da reflexão do encontro das lideranças realizado em julho e que conterá também considerações do Papa Francisco. O papa também fará a entrega de uma mensagem aos participantes. Ainda integra a programação a exibição do vídeo “A força do nós”. A transmissão do encontro será realizada pelas redes sociais e canais dos movimentos populares e através dos canais de YouTube do Vatican News e do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.