Partido dos Trabalhadores

Escândalo Queiroz vai levar família Bolsonaro à cadeia, prevê Pimenta

Na tribuna da Câmara, Líder do PT destacou às relações da família Bolsonaro com as milícias do Rio de Janeiro, ligadas ao assassinato de Marielle Franco

Gustavo Bezerra

O deputado federal Paulo Pimenta (RS), líder do PT na Câmara, previu hoje (3), na tribuna da Câmara, que em pouco tempo o presidente Jair Bolsonaro(PSL) e seus três filhos – o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ)– vão ser “banidos da política e acabarão na cadeia”, em função do envolvimento com uma rede criminosa de milícias no Rio de Janeiro.

Para Pimenta, há uma “probabilidade zero” de a família Bolsonaro sair ilesa das investigações sobre esquema que envolve milícias e Fabrício Queiroz, que até o ano passado trabalhava com Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. “Queiroz era não só o caixa, como também fazia o esquema de financiamento de todos eles (família Bolsonaro), uns metralhas e mentirosos que tomaram de assalto, em uma eleição fraudada, a Presidência da República”, denunciou Pimenta.

Movimentações atípicas

O líder desafiou o PSL e a família Bolsonaro a falarem sobre o assunto no Congresso Nacional quando sair o resultado das investigações, e colocou-se à disposição para se “penitenciar”, caso não ocorra o que prevê diante da gravidade das acusações. Mas sublinhou que não há chance de erro de sua previsão, lembrando que Queiroz, junto com mais 93 pessoas, está sendo investigado pela Justiça do Rio de Janeiro.

O nome de Queiroz veio à tona depois de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) citá-lo por movimentações atípicas, com recursos incompatíveis com sua renda como motorista de Flávio Bolsonaro.

Bandidos e assassinos

Pimenta observou que Queiroz, conforme investigações da Justiça, recebeu recursos de milicianos, bandidos e assassinos. Entre os que repassaram recursos para Queiroz, informou o líder, está o miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, ex-capitão da PM, procurado pela polícia sob acusação de ser o chefe do grupo Escritório do Crime, suspeito de ter ligação com o assassinato da vereadora Marielle Franco. O dinheiro era depositado na conta de Queiroz, que repassava para a família Bolsonaro, “inclusive para a primeira dama Michele Bolsonaro”

As declarações de Pimenta foram feitas para rebater acusações do deputado Eduardo Bolsonaro e do parlamentar que se intitula Boca Aberta (Pros-PR), de que teria recebido recursos ilegais de uma empreiteira. “São ataques criminosos de um boca suja e de um filho de Bolsonaro”, rebateu Pimenta, dizendo que nunca foi investigado por uso de recursos ilegais em campanhas eleitorais.

Para o líder, a conduta dos dois parlamentares situacionistas – com acusações sem fundamentação – acentuam o processo de desqualificação da atividade política, prática que é utilizada constantemente pela família Bolsonaro, embora haja quatro membros da família com mandatos.

Ele criticou ainda a “covardia” de Boca Aberta, que atacou a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) num momento em que ela estava ausente do plenário. “Quem age assim é um covarde”, criticou o líder.

Por PT na Câmara