Imagine a seguinte situação: um país é tomado pela mais grave pandemia do século e milhares de pessoas morrem todos os dias porque não conseguem respirar, efeito mais grave da doença que assola essa nação. Os hospitais estão quase todos lotados, mas restam vagas em algumas unidades, destinadas a militares. Para não deixar que as pessoas morram sufocadas, governantes pedem que esses locais as abriguem, mas a ajuda é negada.
Foi o que aconteceu no Brasil, segundo matéria da Folha de S. Paulo publicada nesta quarta-feira (26). De acordo com o jornal, as Forças Armadas negaram pedidos de estados e municípios de compartilhamento de leitos de enfermaria e de UTI com civis, apesar de haver vagas disponíveis em hospitais militares.
As informações estão em documento enviado pelo Ministério da Defesa à CPI da Covid no Senado, assinado pelo ministro Walter Braga Netto. As solicitações foram feitas pelos governos de Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Amazonas e do município de Xanxerê (SC), afirma a reportagem.
No DF, por exemplo, o Hospital das Forças Armadas (HFA) não alcançou a ocupação total de leitos de UTI e clínicos em nenhum mês deste ano. Já a rede pública chegou a ter 415 pessoas à espera de um leito de UTI.
A falta de solidariedade com os pacientes ocorreu até mesmo quando Manaus viveu o pico de casos, em janeiro deste ano. Enquanto dezenas de pessoas morriam por falta de leitos e por falta de oxigênio médico, o Hospital da Aeronáutica em Manaus (HAMN) tinha leitos vagos. E assim permaneceu.
Da Redação, com informações da Folha de S. Paulo