Partido dos Trabalhadores

Geddel pede demissão e Temer perde 6º ministro

Ministro golpista enviou carta de demissão após escândalo de uso de sua posição no governo para conseguir vantagens pessoais

Foto: Agência Brasil

O ministro golpista da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima,enviou carta de demissão a Michel Temer, na manhã desta sexta-feira (25), após escândalo de uso de sua posição no governo para conseguir vantagens pessoais, denunciado pelo ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero.

Com a saída de Geddel, o governo golpista já perdeu seis ministros em pouco mais de sete meses. Três deles caíram em decorrência de denúncias ligadas a Operação Lava-Jato: Romero Jucá (Planejamento), Henrique Alves (Turismo) e Fabiano Silveira (Transparência, Fiscalização e Controle).

Além desses, Fábio Medina Osório deixou o cargo de ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), após afirmar que o governo golpista queria abafar as investigações da Lava Jato. E, mais recente, o ex-ministro da Cultura também pediu demissão.

Após sua saída, Calero concedeu entrevista à Folha de S.Paulo, quando acusou o ministro Geddel de pressioná-lo a forjar um parecer técnico para aprovar um empreendimento imobiliário em área tombada de Salvador (BA), embargado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), no qual Geddel é dono de um imóvel no edifício.

A deputa federal e líder da minoria na Câmara, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), comentou a demissão de Geddel.

 

 

A Bancada do PT na Câmara divulgou nota afirmando que o pedido de demissão de Geddel “não elimina a necessidade de investigação dos atos irregulares cometidos por ele, outros ministros e pelo próprio presidente Michel Temer”.

A nota, assinada pelo líder do PT na Câmara, o deputado federal Afonso Florence (BA), destaca, ainda, que as Bancadas do PT na Câmara e no Senado , juntamente com outros partidos de oposição, vão requerer à Polícia Federal cópia do depoimento de Calero e de provas apresentadas por ele, para uma análise detalhada junto a juristas renomados.

“O objetivo é avaliar, a partir dos documentos, eventuais crimes cometidos pelo presidente da República e seus ministros. No caso de Temer, uma análise preliminar indica  que cometeu crime de responsabilidade , o que leva a um desdobramento natural – o pedido de abertura de processo de impeachment”, enfatiza a nota.

Para o PT na Câmara, independentemente da demissão, é necessário que a PGR continue a apurar as denúncias contra Geddel.

Segundo o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE), a demissão de Geddel é um “reconhecimento de culpa” e mostra que Temer perdeu todas as condições de continuar governando.

“Há uma tentativa de que com essa saída tentar estancar essa sangria, tentar estancar essa crise, que já invadiu o gabinete do presidente da República, pela sua participação direta de tráfico de influência e de advocacia administrativa”, afirmou.

 

O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), postou que a queda de Geddel é a queda do articulador político do golpista Temer.

Investigações

A Procuradoria Geral da República (PGR) e a Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiram abrir investigações contra Geddel sobre o caso.

A PGR já recebeu, nesta quinta-feira (24), o depoimento que o ex-ministro da Cultura prestou à Polícia Federal e deve pedir a abertura de investigação para apurar se o ex-ministro fez tráfico de influência ao pressionar Calero.

Já a Comissão de Ética da Presidência decidiu por unanimidade, na última segunda (21), abrir processo para investigar o mesmo caso.

Da Redação da Agência PT de Notícias