A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, denunciou, nesta quarta-feira (31), os interesses políticos por trás de relatório divulgado na terça-feira pela Transparência Internacional.
No documento, a entidade, que se autointitula ONG, afirma que, em 2023, o Brasil piorou no Índice de Percepção da Corrupção e critica a indicação dos ministros Cristiano Zanin e Flávio Dino ao Supremo Tribunal Federal (STF) e também a escolha de Paulo Gonet para a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Após lembrar que a “Transparência Internacional tem longa trajetória de desinformação sobre os governos do PT”, Gleisi afirma que o relatório “revela apenas a má vontade e a oposição política da ONG a Lula e ao PT” (veja abaixo a íntegra da postagem).
“Queriam que Lula indicasse procurador-geral e ministros lavajatistas? Expliquem antes quem financia vocês, abram suas contas, expliquem os negócios em que se envolveram com Moro e Dallagnol. Poucos saíram tão desmoralizados das investigações sobre os crimes da Lava Jato quanto a tal Transparência Internacional, que de transparente só tem o nome”, prossegue Gleisi.
E conclui: “As investigações sérias revelaram que a TI foi não apenas cúmplice de Sergio Moro e Dallagnol na perseguição a Lula e ao PT: seus dirigentes tornaram-se sócios nas tentativas da dupla de se apropriar de recursos públicos ilegalmente, o que foi felizmente barrado pelo STF”.
Vaza Jato desvendou interesses espúrios da Transparência Internacional
Com sua postagem, a presidenta do PT explica os fatos e restabelece a verdade. Em 2016, não se pode esquecer, a Transparência Internacional premiou a Lava Jato pelo suposto “trabalho no combate à corrupção”. Na ocasião, o então procurador Deltan Dallagnol foi recebido como herói em Berlim, sede da organização.
Posteriormente, como lembra o site Brasil de Fato, a série de reportagens da Vaza Jato revelou os verdadeiros interesses da ONG: ser parceira da Lava Jato no gerenciamento de um fundo de R$ 2,5 bilhões provenientes da Petrobras.
Além disso, o vazamento das conversas também revelou proximidade entre Dallagnol e o então presidente da ONG Bruno Brandão. Os recursos seriam geridos por uma “fundação”, com nomes indicados pela própria Lava Jato. Incluiriam também representantes da sociedade civil, como a Transparência Internacional, por exemplo.
Além de Gleisi, o ministro-chefe da Controladoria-Geral da União, Vinícius Marques de Carvalho, apontou uma série de inconsistências no relatório da Transparência Internacional.
Na rede social X, Carvalho lembrou que o Índice de Percepção da Corrupção “é um termômetro conhecido, mas que apresenta problemas”. Ele lembrou que a entidade apontou uma série de retrocessos do governo Bolsonaro e reconheceu o desafio de se reconstruir o que foi destruído nos últimos anos.
“Mas se a febre do desmonte passou, como é possível que o Brasil tenha piorado? Onde está o problema: no paciente ou no termômetro?”, indagou o ministro.
“Especialistas do mundo todo dizem, há mais de uma década, que o termômetro do Índice de Percepção da Corrupção tem problemas. Essas críticas precisam ser levadas a sério e debatidas”, concluiu.
Após a postagem, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) repercutiu as observações de Carvalho, afirmando: “Um índice baseado em percepções precisa ser visto com cautela. A questão exige exame mais aprofundado, a fim de evitar conclusões precipitadas”.
Da Redação