Apresentar propostas construídas pelo povo para o Brasil sair da crise e voltar a crescer com desenvolvimento social e distribuição de renda. Esse foi o objetivo do ato de lançamento do Plano Popular de Emergência, na noite desta terça-feira (6).
A apresentação do Plano ficou a cargo de Roberto Amaral, ex-ministro da Ciência e Tecnologia do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Esse programa é uma obra aberta e coletiva, que será construída e reconstruída através do diálogo com as nossas bases, com a sociedade. É a nossa resposta à desconstituição do País e a agressão à Constituição e aos trabalhadores desse País”, declarou.
Representando do Partido dos Trabalhadores no ato, a presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffmann, acrescentou que a campanha das Diretas Já também é uma resposta do povo ao governo golpista de Michel Temer.
“Diretas Já é a resposta que nós temos a esse governo podre que está aí. Temer vai cair, mas não tiraram ainda porque os golpistas não têm um nome nem pra as eleições indiretas nem pra as diretas”, declarou.
Para Gleisi, o Plano Popular reforça a luta pelas Diretas Já, pois só o voto popular tem condições de dar legitimidade para sair do caos no qual o Brasil está imerso.
A senadora e líder do PT no Senado destacou, ainda, que a Frente Brasil Popular e os movimentos que lançam esse Plano Popular de Emergência mostram uma verdadeira lição de democracia e resistência.
Roberto Amaral explicou que o objetivo central do Plano Popular é o desenvolvimento com distribuição de renda, e seu eixo é a democracia.
“Sem desenvolvimento não há distribuição de renda e sem distribuição de renda essa democracia é insustentável. E a democracia é o centro da luta popular, fundamental para nós, o povo”, acrescentou.
De acordo com o ex-presidente da OAB, Marcelo Lavenère, as lutas sociais e democráticas precisam de uma força muito grande que vem da unidade dos diversos movimentos.
“Essa frente ampla pelas Diretas Já reúne um grande número de entidades sindicais, estudantes, profissionais, partidos políticos, que estão se unindo em torno de um objetivo em comum, que é garantir eleições diretas, devolver a soberania ao povo”, explicou.
A palavra de ordem do Plano, segundo Amaral, é Fora Temer. “Mas não só isso. É Fora Temer para realizar as Diretas Já. E as diretas ainda são um caminho. Com elas, colocar no governo um representante das forças populares, comprometido com esse programa apresentado hoje, revogar as medidas do atual governo e reconstruir a sociedade brasileira”.
Ex-ministro dos governos Lula e Dilma, Gilberto Carvalho considerou extraordinário o lançamento do Plano.
“Essa ideia de criar o início, o germe de um programa alternativo é fundamental. Porque para além da gente combater o que está aí, essa coisa que está apodrecida, e para além de lutar contra as reformas com muita força, é fundamental que a gente comece a apontar um caminho. E um programa de governo, um programa alternativo não pode nascer em um laboratório, tem que nascer assim, no debate”, afirmou.
Pesquisa Vox Populi
Em seu discurso, a presidenta do PT lembrou a pesquisa Vox Populi divulgada nesta terça-feira (6), que mostrou a liderança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na intenção de votos espontâneas para presidente da República.
“A pesquisa mostra a mudança da correção de forças na sociedade. Mostra que a luta que estamos fazendo de resistência a esses retrocessos está dando eco na sociedade”, completou.
Frente Parlamentar Suprapartidária pelas Diretas Já
A presidenta do PT também destacou o lançamento da Frente Parlamentar Suprapartidária pelas Diretas Já, que acontecerá nesta quarta-feira (7) às 16h, no Salão Nobre da Câmara.
Reunindo PT, PCdoB, PSB, PSol, PDT e Rede, a Frente já conta com o apoio de 19 senadores e 131 deputados e está aberta a novas adesões de parlamentares de todos os partidos com representação no Congresso Nacional.
O ato reforça e unifica o sentimento de rejeição ao governo golpista de Michel Temer que toma conta do País e o desejo de restabelecer a democracia no Brasil com novas eleições.
Segundo pesquisa CUT / Vox Populi, divulgada nesta segunda-feira (5), 89% da população quer Diretas Já, ou seja, quer votar diretamente para presidente, em caso em caso de cassação ou renúncia de Temer. O levantamento também apontou que o governo ilegítimo de Temer é aprovado por apenas 3% dos brasileiros.
“Essa frente de partidos que vamos lançar no Congresso Nacional é de extrema importância. Porque nós vimos que a bandeira das Diretas Já amplia muito a adesão partidária. Não são só os partidos, mas são também lideranças políticas até de partidos que hoje dão sustentação ao golpe, mas que estão rompendo com esse governo”, destacou a presidenta nacional do PT.
Para Gleisi, as Diretas Já é uma bandeira que democratiza a relação entre os movimentos, partidos políticos e a sociedade.
“Penso que é a radicalidade desse momento. Nós não vamos ter uma saída para a crise brasileira se não for através da legitimidade do voto popular”, finalizou.
Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias