Plano Popular de Emergência busca retomar democracia popular

Proposta elaborada em unidade por movimentos sociais se coloca como alternativa à desmonte de direitos promovido por Temer e pelos golpistas

Paulo Pinto/Agência PT

Apresentação do Plano Popular de Emergência

“O objetivo do nosso programa é o desenvolvimento econômico com distribuição de renda, porque esse é o regime que interessa ao povo trabalhador”. É assim que o ex-ministro de Ciência e Tecnologia do governo Luiz Inácio Lula da Silva e ex-presidente do PSB, Roberto Amaral, descreve o Plano Popular de Emergência, lançado na noite desta segunda-feira (29), no Teatro da Pontifícia Universidade Católica (Tuca).

Com 76 pontos divididos em 10 eixos, o plano é uma proposta da Frente Brasil Popular que se coloca em oposição ao projeto golpista e busca abrir o debate de um projeto de nação que gere desenvolvimento e criação de empregos, sem atacar direitos. O principal fator que permeia toda a proposta é o fortalecimento da democracia, que começa por eleições diretas.

“Fora Temer não é uma palavra de ordem que se encerra em si, é uma palavra que abre o Diretas Já, para eleger um novo governo, comprometido com as forças sociais”, afirmou Amaral, destacando prontos da proposta pontos referentes à democratização da mídia, do judiciário e do próprio Estado.

“A proposta de programa para reunir o povo brasileiro é a democracia, porque a democracia é o regime que interessa ao povo. Por isso a democracia vive frequentemente fraturada, agredida pelas classes dominantes”, disse Amaral.

Público se manifestou pedindo Diretas Já

A presidenta da UNE, Carina Vitral, também esteve presente no lançamento do programa e elogiou a história de dois anos da Frente Brasil Popular, que criou unidade entre diferentes movimentos sociais, de estudantes trabalhadores da cidade e do campo. “Queremos enfrentar a crise com a proteção ao emprego, mantendo os direitos conquistados, dando mais direitos e não retrocessos”, defendeu ela.

“A educação se trata do futuro do país, se trata de cuidar dos jovens, se trata de superar toda a dependência tecnológica, e para isso precisamos de financiamento para a educação pública. É na educação pub que podemos construir uma educação emancipadora”, disse.

O dirigente do MST, João Pedro Stédile, criticou as saídas para a crise propostas pela “burguesia”. “A burguersia quer jogar a saída da crise só sobre as costas da classe trabalhadora. Paralelamente a essa motivação para a mobilização, que é a única força que pode alterar a correlação de forças na luta de classes, nós nos demos a tarefa de construir um Plano Popular de Emergência”.

Ele ainda destacou a importância de “educar o povo com um programa que mostra que é possível superar a crise econômica, social e ambiental, tomando medidas a favor do próprio povo”.

O presidente da CUT, Vagner Freitas, afirmou que os sindicatos se preparam para uma nova Greve Geral entre os das 26 e 30 de junho. “Já não é mais Fora Temer, agora é Diretas Já! Fora Temer e colocar outro golpista de maneira indireta, nós não aceitaremos!”

O presidente da central relembrou que golpe tinha como objetivo atacar a democracia e não permitir avanços da classe trabalhadora”. “Para se efetivar completamente o golpe precisavam tirar os direitos da classe trabalhadora, colocar na classe trabalhadora os problemas da economia insolvente”.

O recém-eleito presidente do diretório de São Paulo, Luiz Marinho, defendeu a realização de eleições diretas. “Nós não podemos ter medo de qualquer disputa no voto direito. Se a Globo quer, diga quem é seu candidato que nós vamos às eleições diretas. Essa história de querer construir um acerto por cima em eleições indiretas, não conte conosco”.

“Precisamos ter clareza de que se houver combate à corrupção e à sonegação, se obrigar as corporações a pagar o que devem, é muito mais que as reformas que ele propõe. O problema hoje é o desmonte do emprego, da indústria, desmonte da produção nacional. Por isso é muita clareza, precisamos de muito povo na rua”.

Mesa contou com nomes como Fernando Haddad e Carina Vitral

O ex-prefeito Fernando Haddad defendeu a democracia e o voto direto e relembrou que o impeachment da presidenta Dilma Rousseff foi um golpe, pois ocorreu sem crime de responsabilidade. “O próprio Senado que afastou reconheceu que não houve crime de responsabilidade, ainda assim perpetrou o golpe parlamentar”.

“Queremos que a soberania popular seja resgatada e que seja resgatada, para nos igualar aos países democráticos. Não queremos reformas aprovadas na calada da noite, com textos colocados nas comissões do dia para a noite, nada feito de maneira democrática”, acrescentou Haddad.

Para o ex-prefeito, o que está em jogo hoje no Brasil é a soberania. “Se é do povo ou se é de uma quadrilha que se apropriou do poder”.

Representado a Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, o pastor Ariovaldo Ramos defendeu que os trabalhadores, precisam retomar o Brasil. “A Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito vai trabalhar esse texto comunidade por comunidade, bairro por bairro, essa é a única maneira de retomarmos esse país, de cessarmos com essa violência de estado”.

Confira o Plano Popular de Emergência na íntegra:

Da Redação da agência PT de notícias

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