“Depois do golpe que a Bolívia sofreu, essas eleições devem dar a correção de rumo, resgatando a soberania do voto”, afirma a deputada federal (PR) e presidenta do PT, Gleisi Hoffmann. Ela viaja neste final de semana para a Bolívia integrando a delegação do Observatório do Parlasul e também representando o Partido dos Trabalhadores, onde acompanhará as eleições presidenciais do país. “É muito importante o acompanhamento de observadores internacionais. É uma das formas de se garantir e respeitar o resultado das urnas”, ressalta Gleisi.
Candidato do MAS é favorito
No caso da Bolívia, a vigilância para assegurar a lisura do processo eleitoral e o resultado das urnas é uma imposição democrática diante do quadro político recente. O país foi alvo de um golpe de Estado, com uso de violência, que afastou o presidente Evo Morales, legitimamente eleito. Neste processo eleitoral, as agressões aos candidatos de esquerda se repetiram e o risco de fraude nas urnas é uma ameaça que pode comprometer a vontade popular.
Favorito nas pesquisas, Luis Arce, o candidato do MAS (Movimento ao Socialismo, de Evo Morales) chega às urnas no domingo com grandes chances de derrotar o golpismo e restaurar a democracia no país. Diante disso, exilado na Argentina desde o golpe de 2019, ex-presidente Evo Morales alerta para risco de novo ataque à democracia e pede respeito às urnas. “A única forma de viabilizar o desenvolvimento e a estabilidade na Bolívia é respeitando as eleições e seus resultados”, advertiu Morales.
Garantir as eleições e a democracia
De acordo com as regras eleitorais da Bolívia, para vencer ainda no primeiro turno, Arce precisará obter mais de 40% e ultrapassar Carlos Mesa, candidato da direita, em pelo menos 10 pontos percentuais. Frente a isso, a extrema direita aposta em unificar suas forças para evitar uma vitória de Arce já no primeiro turno. Além disso, há em curso uma estratégia para impugnar, junto ao Tribunal Superior Eleitoral, candidaturas do MAS, por suposto descumprimento de regras eleitorais, inclusive a chapa presidencial.
O processo eleitoral promete ocorrer em clima tenso devido ao desespero diante do grande apoio popular ao candidato do MAS, expresso em massivas manifestações pelo país “Fazemos um chamado à comunidade internacional para que esteja atenta às tentativas de golpe do governo de facto de gerar episódios de violência para evitar que hajam eleições”, escreveu Morales em sua conta do Twitter. “A nossos compatriotas pedimos que não caiam em provocações”, advertiu o líder progressista.
Da Redação