A presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) e a secretária executiva do Foro de São Paulo, Mônica Valente, viajaram ao México para acompanhar as eleições deste domingo (2), as mais relevantes dos últimos tempos no país.
Quase 100 milhões de mexicanos aptos a votar irão às urnas para decidir o próximo presidente. A candidata Claudia Sheinbaum – correligionária do atual mandatário, Andrés Manuel López Obrador – lidera a corrida com folga, segundo as mais recentes pesquisas, e deve se tornar a primeira presidenta da história do México.
Gleisi integra a missão do Grupo de Puebla, convidado a participar do processo eleitoral mexicano como observador, para assegurar a transparência do pleito. Além da parlamentar, a comitiva conta com os ex-presidentes Alberto Fernández, da Argentina, e Evo Morales, da Bolívia. As eleições deste domingo também vão decidir milhares de cargos locais e os assentos no Congresso. Serão escolhidos 128 senadores e 500 deputados.
Diferentemente do Brasil, o processo eleitoral no México não dispõe de urnas eletrônicas e os votos são contabilizados em papel. Somado a isso, a favorita para suceder López Obrador tem sido alvo de notícias falsas disseminadas pela extrema direita, cenário bastante similar ao encarado pela esquerda brasileira desde as eleições de 2018. Assim como o presidente Lula, Sheinbaum chegou a ser acusada de inverdades como querer fechar as igrejas ou acabar com a propriedade privada.
No fim de maio, o agregador de pesquisas Polls.mx indicava que Sheinbaum detinha 55% das intenções de voto para presidente, seguida por Bertha Xóchitl Gálvez, com 31%, e por Jorge Álvarez Máynez, com 13%. “Essa grande intenção de votos é uma consequência do endosso do presidente a ela. Essas eleições são uma espécie de referendo a López Obrador, porque as pessoas que gostam do governo vão votar em Sheinbaum”, explica Jimena Ortiz, da consultoria Inteligencia Más.
A provável sucessora de López Obrador tem o apoio de Morales. Por meio das redes sociais, o ex-presidente boliviano elogiou o governo do colega mexicano, que se aproxima do fim. “Como latino-americano, tenho orgulho de visitar a terra liderada por López Obrador, que culmina com uma excelente gestão caracterizada pela paz e pela justiça social”, publicou. “Chegamos ao México para acompanhar nossos irmãos e irmãs mexicanos nas eleições nacionais desta querida pátria, a convite do partido político Morena.”
“Dama de gelo”
Sheinbaum pertence ao mesmo partido político de López Obrador – o Movimento de Regeneração Nacional (Morena). Formada em física pela Universidade Nacional Autônoma do México (Unam), a provável futura presidenta chegou a ganhar o Prêmio Nobel da Paz, em 2007, por conta de um relatório sobre mudanças climáticas co-assinado por ela. A alcunha “dama de gelo”, Sheinbaum recebeu de sua principal adversária, Xóchitl Gálvez, durante os debates que tiveram. Para Gálvez, a herdeira política não ostenta o mesmo carisma do atual presidente.
À época em que López Obrador tornou-se prefeito da Cidade do México, a capital, Sheinbaum foi nomeada para chefiar a secretaria de Meio Ambiente, cargo que ocupou de 2000 a 2006. Mais tarde, em 2018, ela seria a primeira mulher e a primeira judia eleita prefeita da mais populosa cidade do país e da América do Norte, com quase 9 milhões de habitantes. A candidata do Morena derrotou outros seis concorrentes.
Em setembro de 2023, a coalizão Juntos Faremos História – que inclui o Morena, o Partido do Trabalho e o Partido Verde Ecologista do México – escolheu Sheinbaum para concorrer à presidência depois de ela vencer as primárias.
Grupo de Puebla
O Grupo de Puebla é uma organização internacional composta por representantes do espectro ideológico progressista, entre eles, presidentes, ex-presidentes, ministros e ex-ministros de Estado, políticos e líderes de movimentos sociais. Foi fundado em 12 de julho de 2019, na cidade de Puebla, no México, com o intuito de deliberar acerca de modelos produtivos, programas de desenvolvimento e políticas de Estado.
Entre os 32 membros, destacam-se os ex-presidentes José Luis Rodríguez Zapatero, da Espanha; Fernando Lugo, do Paraguai; Ernesto Samper, da Colômbia; Dilma Rousseff, do Brasil; Rafael Correa, do Equador; e Leonel Fernández, da República Dominicana. O presidente Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP) e o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim também fazem parte do Grupo de Puebla.
Da Redação, com Infobae, G1, Valor Econômico