Em entrevista ao Canal Uol, nesta terça-feira (19), a presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), classificou como “muito graves” as revelações da Polícia Federal (PF) sobre o plano bolsonarista para consumar um golpe de Estado no país, passando pelo assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Gleisi chamou o ex-presidente Jair Bolsonaro de “o autor intelectual” da intentona fascista e defendeu, com veemência, o arquivamento do chamado “PL da Anistia”, a manobra da extrema direita no Congresso para garantir impunidade aos terroristas que arrasaram a Praça dos Três Poderes no início do ano passado. Na avaliação da parlamentar, “não pode ter anistia, nem para Bolsonaro nem para ninguém que participou do 8 de janeiro”.
“Diante desses fatos graves revelados hoje, e também da semana passada, a explosão de bomba, a morte daquele homem na Praça dos Três Poderes, não tem condições de sequer ser avaliado, discutido, analisado, esse PL. Ele tem que ser arquivado. Esse é o tipo de comportamento que tem que ser punido com rigor. Não dá pra brincar com a extrema direita. E se nós não formos pedagógicos com isso, isso vai continuar acontecendo”, avaliou.
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DNA autoritário
A presidenta do PT lembrou que Bolsonaro guarda suas semelhanças com o general Silvio Frota, militar linha-dura avesso à democracia, e que o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do ex-presidente, general Augusto Heleno, foi ajudante de ordens de Frota durante o governo Geisel. A deputada lamentou que a extrema direita esteja “trazendo o terrorismo para dentro da política”.
“Vamos lembrar que Silvio Frota era um general da linha-dura que, quando começava a abertura da Ditadura, se rebelou contra isso. E utilizou de ações que eram terroristas na política. Foi dali que saiu a bomba para OAB, foi dali que saiu bancas de jornais queimadas, a bomba do Rio Centro. Bolsonaro faz parte dessa turma, ele tem esse DNA”, definiu.
“Cidadão de bem”
Na entrevista, a petista ainda ironizou as falas do senador Flávio Bolsonaro minimizando a operação da PF que prendeu quatro militares e um policial federal, nesta terça, acusados de tramar a morte de Lula. O filho do ex-presidente teve a pachorra de dizer que “pensar em matar alguém não é crime”. “Foi tentativa mesmo”, rechaçou a presidenta do PT.
“Gente, é um absurdo […] Quando você pensa é porque você já está tentando […] Não foi só pensado, foi articulado, mobilizaram as coisas, mobilizaram a técnica, técnicas militares, mobilizaram armamento, dinheiro para trazer gente para Brasília, fizeram reuniões, essa reunião na casa do Braga Netto, chegaram a ter uma organização para tentar matar o ministro Alexandre de Moraes.”
Da Redação